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ELEIÇÕES 2006 - PRESIDÊNCIA
"Nada é perfeito", diz tucano após votar
Alckmin minimiza problemas de sua candidatura e afirma que campanha foi "alegre e entusiasmada" no Brasil todo
FHC, que acompanhou
candidato derrotado na
votação ao lado de Serra,
afirma que PSDB continua
sendo um pólo de poder
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato derrotado Geraldo Alckmin foi contido ao
discursar na manhã de ontem,
pouco depois de votar em uma
escola na zona sul de São Paulo.
Falou em confiança: "Nós estamos confiantes, o que vai valer
hoje é o voto na urna. Eu tenho
absoluta confiança". A frase foi
dita após sair da seção de votação e repetida em pelo menos
outros três momentos durante
os compromissos antes do fechamento das urnas.
O tucano também minimizou os problemas de sua campanha e as pesquisas que apontavam a reeleição do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Olha, francamente, nada é
perfeito. Mas eu quero destacar
o quanto foi boa essa campanha, alegre, entusiasmada, no
país todo. O que vale não é pesquisa. O que vale é voto na urna,
quem vai decidir é o eleitor, na
cabine indevassável."
Alckmin deixou sua casa no
bairro do Morumbi para votar
por volta das 10h20. Estava no
táxi que utilizou durante toda a
campanha e levava no banco de
trás os tucanos Fernando Henrique Cardoso e José Serra, governador eleito de São Paulo.
Com a chegada do presidenciável ao colégio, tucanos tentaram ensaiar gritos de guerra
contra Lula -"abaixo o Fanfarrão !-, mas logo o coro sumiu.
"Brasil decente, Geraldo presidente", gritaram em seguida.
Alckmin entrou na seção
eleitoral, cumprimentou mesários e postou-se ao lado dos três
filhos -Sofia, Geraldinho e
Thomaz- e de sua mulher, Lu,
para fotos. Só foi para o lado de
FHC e Serra quando os fotógrafos pediram. Votou em dois segundos e depois posou com a
família e colegas de partido segurando a bandeira do Brasil.
"Eu quero inicialmente agradecer aos milhares de brasileiros e brasileiras que confiam,
em todos os recantos do país,
com enorme carinho", foi uma
das primeiras falas do candidato aos jornalistas, após destacar
a importância da eleição.
Logo depois de sair da seção,
FHC já falava aos repórteres
sobre o futuro do PSDB -e até
fazia balanço da candidatura.
"O PSDB, pode ganhar, pode
perder, se perder, continua
sendo um pólo de poder", disse
FHC. "Geraldo Alckmin é candidato que mostrou tutano, enfrentou com galhardia o presidente Lula." Também tratou de
um eventual segundo mandato
de Lula. "Quem está com as pedras brancas [que iniciam o jogo de xadrez] é o governo. O que
ele vai propor, se propuser, o
que for bom para o Brasil nós
sempre apoiamos."
Festa e estrogonofe
Questionado se a festa do
"muito obrigado" -evento que
tinha sido planejado pelo PSDB
para o início da noite de ontem- seria sinal da derrota,
Alckmin disse que se tratava de
confraternização para acompanhar o resultado da apuração
das urnas. E afirmou que esperaria pelo fim da apuração em
casa. O cardápio do almoço
com a família, avisou o candidato, era estrogonofe.
Pouco antes de Alckmin voltar para a casa, foi questionado
se em um eventual governo Lula conversaria sobre pontos comuns dos programas de governo. "Governo Geraldo Alckmin", respondeu o tucano.
Às 16h40, Alckmin saiu de
seu apartamento e se dirigiu à
casa do vizinho em frente, que
havia colocado uma faixa:
"Alckmin, com você o Brasil será justo e perfeito".
Colaborou LEANDRO BEGUOCI ,
da Reportagem Local
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