São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em editorial, Sarney chama ex-aliado de "judas repugnante"

DA ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS (MA)

O senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), em editorial assinado ontem na primeira página do jornal "O Estado do Maranhão", de propriedade da sua família, chamou o governador do Estado, José Reinaldo Tavares (PSB), de "judas andrajoso e repugnante" e, ainda, de "traidor que perdeu o caráter e todos os valores".
Segundo Sarney, Tavares irá "arder na fogueira de sua própria consciência".
O governador foi braço direito do ex-presidente Sarney por quase quatro décadas. Juntou-se a Sarney em 1966, quando este se elegeu governador do Estado. Quando Sarney ocupou a Presidência da República (1985-90), Tavares foi nomeado ministro dos Transportes.
Sarney também o colocou como vice-governador de Roseana, contra a vontade da filha, e patrocinou sua candidatura ao governo, em 2002.
O rompimento se deu por divergências entre Roseana Sarney e a ex-mulher de Tavares, Alexandra (de quem ele já se divorciou) e, segundo ele, porque Roseana queria mandar em seu governo.

"Ódio e vingança"
O editorial refere-se aos aliados do governador como "sanguessugas marqueteiros", que disseminaram a idéia de que família Sarney empobreceu o Estado do Maranhão. Segundo o texto, Roseana deixou o Estado, em 2002, na posição de 17º mais rico do país, índice que caiu para a 19ª posição sob a administração Tavares.
Sobre Jackson Lago, disse que ele persegue pessoas e que tem a cabeça impregnada de ódio e vingança. "O tempo dele passou. O de Roseana é o avanço, o futuro", diz o editorial, publicado no dia da eleição.
Sarney também criticou o Ibope, que apontou empate na última pesquisa de intenção de voto, divulgada na última sexta-feira à noite.
Ele questionou a isenção do instituto, dizendo que a empresa resolveu "lavar as mãos e dar empate", diante dos ataques e pressões da dobradinha Reinaldo-Jackson. "Pelo que acontecer, este instituto não quer ter responsabilidade", afirmou.
O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, disse que o instituto não lavou as mãos e que houve uma virada no Estado. Segundo ele, a boca-de-urna dava vitória "irreversível" a Lago já no início da tarde.
O governador José Reinaldo Tavares rebateu: "É um editorial raivoso, uma confissão de derrota antecipada. Penso em interpelá-lo, judicialmente." (EL)


Texto Anterior: Perfil: Pedetista foi prefeito de São Luís por 3 vezes
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.