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Em editorial, Sarney chama ex-aliado de "judas repugnante"
DA ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS (MA)
O senador e ex-presidente da
República José Sarney
(PMDB-AP), em editorial assinado ontem na primeira página
do jornal "O Estado do Maranhão", de propriedade da sua
família, chamou o governador
do Estado, José Reinaldo Tavares (PSB), de "judas andrajoso e
repugnante" e, ainda, de "traidor que perdeu o caráter e todos os valores".
Segundo Sarney, Tavares irá
"arder na fogueira de sua própria consciência".
O governador foi braço direito do ex-presidente Sarney por
quase quatro décadas. Juntou-se a Sarney em 1966, quando
este se elegeu governador do
Estado. Quando Sarney ocupou
a Presidência da República
(1985-90), Tavares foi nomeado ministro dos Transportes.
Sarney também o colocou como vice-governador de Roseana, contra a vontade da filha, e
patrocinou sua candidatura ao
governo, em 2002.
O rompimento se deu por divergências entre Roseana Sarney e a ex-mulher de Tavares,
Alexandra (de quem ele já se divorciou) e, segundo ele, porque
Roseana queria mandar em seu
governo.
"Ódio e vingança"
O editorial refere-se aos aliados do governador como "sanguessugas marqueteiros", que
disseminaram a idéia de que família Sarney empobreceu o Estado do Maranhão. Segundo o
texto, Roseana deixou o Estado, em 2002, na posição de 17º
mais rico do país, índice que
caiu para a 19ª posição sob a administração Tavares.
Sobre Jackson Lago, disse
que ele persegue pessoas e que
tem a cabeça impregnada de
ódio e vingança. "O tempo dele
passou. O de Roseana é o avanço, o futuro", diz o editorial, publicado no dia da eleição.
Sarney também criticou o
Ibope, que apontou empate na
última pesquisa de intenção de
voto, divulgada na última sexta-feira à noite.
Ele questionou a isenção do
instituto, dizendo que a empresa resolveu "lavar as mãos e dar
empate", diante dos ataques e
pressões da dobradinha Reinaldo-Jackson. "Pelo que acontecer, este instituto não quer ter
responsabilidade", afirmou.
O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, disse
que o instituto não lavou as
mãos e que houve uma virada
no Estado. Segundo ele, a boca-de-urna dava vitória "irreversível" a Lago já no início da tarde.
O governador José Reinaldo
Tavares rebateu: "É um editorial raivoso, uma confissão de
derrota antecipada. Penso em
interpelá-lo, judicialmente."
(EL)
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