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ELEIÇÕES 2006 - ESTADOS
SANTA CATARINA
Ex-aliado de Lula, Luiz Henrique apóia Alckmin e vence Amin pela segunda vez
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA
O ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), 66, foi
eleito ontem para o seu segundo mandato consecutivo em
Santa Catarina. Após renunciar
ao cargo para se dedicar à campanha, ele bateu novamente
Esperidião Amin (PP), 58, reeditando a vitória de 2002.
Luiz Henrique obteve
52,71% dos votos válidos
(1.685.184). Favorito em todas
as pesquisas desde o 1º turno,
ele conseguiu se eleger mesmo
sem o apoio do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Há quatro
anos, foi o PT que lhe ajudou a
protagonizar uma virada sobre
Amin, que nesta eleição recebeu 1.511.916 votos.
Luiz Henrique apoiou Geraldo Alckmin (PSDB), o que provocou, durante a última semana, uma aliança inédita entre
PP e PT no Estado.
O presidente reeleito, no entanto, não conseguiu ajudar
Amin, mesmo pedindo votos
para ele na TV. Lula sofreu uma
derrota local para Alckmin no
Estado, com 45,47% dos votos.
Em 2002, ele teve a maior votação proporcional do país em
Santa Catarina.
Luiz Henrique foi o único
peemedebista do Sul a apoiar o
presidenciável tucano. Rompido com o governo federal há
quase dois anos, ele promete
dialogar com Lula e com os prefeitos petistas do Estado.
Apesar disso, o PT, que já havia rachado em seu governo,
deverá fazer oposição ao lado
do PP de Amin.
Governabilidade
Luiz Henrique não deve ter
problemas em sua nova gestão.
Na Assembléia Legislativa do
Estado, 24 dos 40 deputados
eleitos fazem parte de sua coligação -11 são do PMDB.
Os três principais ícones de
seu governo conseguiram se
eleger apesar de terem sido alvos de críticas e enfrentarem os
principais problemas dos últimos quatro anos.
Ronaldo Benedet (PMDB),
ex-secretário da Segurança, teve de lidar no ano passado com
a transferência do traficante
Fernandinho Beira-Mar para
Santa Catarina e com os protestos de estudantes pelo passe livre em ônibus de Florianópolis.
Em junho de 2005, a Polícia
Militar foi acusada de abusos
em conflitos estudantis.
Já Dado Cherem (PSDB)
-que foi secretário da Saúde-
esteve à frente da pasta nos casos de sarampo e doença de
Chagas. No surto de Chagas,
enfrentou um caos após dar
prioridade a exames para parte
da população.
Moacir Sopelsa (PMDB), ex-secretário da Agricultura, também teve dificuldades em sua
área de atuação, com a seca, a
gripe aviária e a aftosa.
A crise na agricultura afetou
os produtores e causou demissões. Crítico do governo federal
pela falta de investimentos em
sanidade animal, sempre disse
que o Estado era 100% seguro e
livre da aftosa. Apesar disso, até
agora a Rússia mantém um embargo à carne, em razão da confirmação de focos no Paraná
-Estado vizinho-, o que causou um prejuízo de mais de R$
700 milhões.
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