São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 - ESTADOS
SANTA CATARINA

Ex-aliado de Lula, Luiz Henrique apóia Alckmin e vence Amin pela segunda vez

THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

O ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), 66, foi eleito ontem para o seu segundo mandato consecutivo em Santa Catarina. Após renunciar ao cargo para se dedicar à campanha, ele bateu novamente Esperidião Amin (PP), 58, reeditando a vitória de 2002.
Luiz Henrique obteve 52,71% dos votos válidos (1.685.184). Favorito em todas as pesquisas desde o 1º turno, ele conseguiu se eleger mesmo sem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há quatro anos, foi o PT que lhe ajudou a protagonizar uma virada sobre Amin, que nesta eleição recebeu 1.511.916 votos.
Luiz Henrique apoiou Geraldo Alckmin (PSDB), o que provocou, durante a última semana, uma aliança inédita entre PP e PT no Estado.
O presidente reeleito, no entanto, não conseguiu ajudar Amin, mesmo pedindo votos para ele na TV. Lula sofreu uma derrota local para Alckmin no Estado, com 45,47% dos votos. Em 2002, ele teve a maior votação proporcional do país em Santa Catarina.
Luiz Henrique foi o único peemedebista do Sul a apoiar o presidenciável tucano. Rompido com o governo federal há quase dois anos, ele promete dialogar com Lula e com os prefeitos petistas do Estado.
Apesar disso, o PT, que já havia rachado em seu governo, deverá fazer oposição ao lado do PP de Amin.

Governabilidade
Luiz Henrique não deve ter problemas em sua nova gestão. Na Assembléia Legislativa do Estado, 24 dos 40 deputados eleitos fazem parte de sua coligação -11 são do PMDB.
Os três principais ícones de seu governo conseguiram se eleger apesar de terem sido alvos de críticas e enfrentarem os principais problemas dos últimos quatro anos.
Ronaldo Benedet (PMDB), ex-secretário da Segurança, teve de lidar no ano passado com a transferência do traficante Fernandinho Beira-Mar para Santa Catarina e com os protestos de estudantes pelo passe livre em ônibus de Florianópolis. Em junho de 2005, a Polícia Militar foi acusada de abusos em conflitos estudantis.
Já Dado Cherem (PSDB) -que foi secretário da Saúde- esteve à frente da pasta nos casos de sarampo e doença de Chagas. No surto de Chagas, enfrentou um caos após dar prioridade a exames para parte da população.
Moacir Sopelsa (PMDB), ex-secretário da Agricultura, também teve dificuldades em sua área de atuação, com a seca, a gripe aviária e a aftosa.
A crise na agricultura afetou os produtores e causou demissões. Crítico do governo federal pela falta de investimentos em sanidade animal, sempre disse que o Estado era 100% seguro e livre da aftosa. Apesar disso, até agora a Rússia mantém um embargo à carne, em razão da confirmação de focos no Paraná -Estado vizinho-, o que causou um prejuízo de mais de R$ 700 milhões.


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