São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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11.AGO.05
DUDA MENDONÇA DEPÕE

"Esse dinheiro era claramente de caixa dois. A gente não é bobo". A frase é do marqueteiro Duda Mendonça, parte de um depoimento surpresa à CPI dos Correios que deixou Lula perto de um processo de impeachment.
Para muitos, foi o momento mais agudo da crise do mensalão, deflagrada após entrevista do então deputado Roberto Jefferson à Folha, em junho daquele ano.
Responsável pela campanha do PT que levou Lula à Presidência em 2002, Duda disse que dos R$ 15,5 mi que recebeu pelo trabalho, R$ 11,9 mi vieram irregularmente.
Era o elo com o presidente. O PT entrou em parafuso. Numa cena famosa, deputados choraram em plenário.
Lula, apoiado nos movimentos sociais, salvou-se. Nunca mais sua destituição passou tão perto.

EU ESTAVA LÁ
Por Vera Magalhães
Editora de Poder

"Em agosto de 2005, a CPI dos Correios estava no auge. Depois de um dominó que arrastou ministros e dirigentes de proa do PT, a oposição dizia a repórteres que, em breve, haveria um depoimento-bomba, capaz de abalar Lula.
No dia 11, um dos integrantes da CPI me telefonou logo cedo: "O Duda Mendonça vai depor hoje e vai contar tudo''. Um forte esquema de segurança foi montado. A sala da CPI estava apinhada de parlamentares e jornalistas.
Na era pré-Twitter, aquele depoimento monopolizou as atenções do país por mais de dez horas.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), membro da CPI, me disse: "Duda elegeu o presidente. Duda vai derrubá-lo''. Mas Lula se reelegeu, recuperou a popularidade e elegeu Dilma."



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