São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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RONALDO
JOGADOR DE FUTEBOL

Por Tostão
Colunista da Folha

Quando Ronaldo chegou ao Corinthians, com uma grande festa, com um corpo de ex-atleta e sem brilhar várias partidas seguidas desde 2002, temi que todo o fascínio se transformasse em frustração.
Não foi o que ocorreu. O humilde torcedor do Corinthians sente-se honrado, agradecido, por ter no time o maior centroavante da história do futebol mundial em todos os tempos.
Ronaldo, pelos gols decisivos na Copa de 2002, Zidane, pelo Mundial de 2006 e pelo título de melhor do mundo em 2003 (ganhou também em 1998 e 2000), Ronaldinho, pelo magistral futebol durante três anos no Barcelona, e agora Messi, um ET, o melhor jogador do mundo desde o ano passado, são os grandes destaques da década no futebol.
O esplendor técnico e físico de Ronaldo foi na década passada, de 1993, quando chegou menino ao Cruzeiro, à Copa de 1998. Nesse Mundial, fora o último jogo, Ronaldo foi até melhor que em 2002.
Ronaldo, por ter sido um fenômeno em campo, por ser o maior artilheiro de todas as copas, por ter sido três vezes eleito o melhor do mundo (1996, 1997 e 2002), por ter tido surpreendentes recuperações após graves contusões e cirurgias, e por ser simpático, carismático e um bom marqueteiro, se tornou uma celebridade mundial, mesmo que não jogue ou jogue mal.
Nesta década, Ronaldo teve comportamentos contraditórios fora de campo, pisou muito na bola e teve também belos gestos, como o recente, ao reconhecer mais um filho.
A beleza do gesto não está no reconhecimento da paternidade, sua obrigação, mas na maneira carinhosa como se referiu ao filho, lamentando perder cinco anos de convivência.
Assim como é comum entre as celebridades, critica muito a imprensa por dar notícias de sua vida pessoal e, ao mesmo tempo, expõe sua intimidade.
Ronaldo, como também é frequente entre as celebridades, sofre de carência afetiva, de achar que nunca é reconhecido e amado como mereceria.
Ronaldo anunciou o término de sua carreira no fim de 2011. O que ele vai fazer? Se quiser, será, como Pelé, um garoto-propaganda de sucesso. Continuará ganhando muito dinheiro.
Ou vai se tornar um cartola, presidente do Corinthians? Não terá concorrentes, a não ser que Lula queira também disputar o cargo.


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