São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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BOLSA NO BRASIL

Obetivo profissional define se vale pedir auxílio

Valor não atrai quem trabalha, mas viabiliza dedicação total à pesquisa

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O valor de uma bolsa de estudos para pós varia de R$ 1.200 (mestrado) a R$ 4.500 (pós-doutorado). Para o doutorado, gira em torno de R$ 1.800.
Como bolsistas não podem ter vínculos empregatícios, é preciso ponderar se o auxílio vale a pena. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a quantia mínima para se sustentar, em 2009, foi de R$ 2.000.
Outro ponto que entra na balança é o interesse em lecionar e virar pesquisador. Nesse caso, a bolsa faz sentido, pois é destinada a apoiar sua pesquisa.
"Em biologia, não tem como trabalhar e fazer mestrado. Experimentos e coletas de campo exigem dedicação de até mais de oito horas por dia", diz Camila Rizek, 25. "Sem bolsa, não teria como fazer mestrado."
A bióloga Luisiana Carneiro, 33, que foi bolsista no mestrado e no doutorado, acha que isso a ajudou a se dedicar aos estudos.
"Muitas têm reserva técnica para aplicar no projeto, em compra de material e equipamentos e em congressos", diz. Mas, para ela, "só foi possível viver em São Paulo porque tinha moradia a preço baixo".

Largar o emprego?
Quem já está empregado deve se questionar se vale deixar o trabalho ou conciliar estudo e carreira. Com a bolsa, não poderá atuar em uma empresa por ao menos dois anos. Trabalhar informalmente é arriscado. "Os órgãos de fomento são rígidos com ilegalidade", diz Maria Heloísa Blotta, coordenadora da pós em ciências médicas da Unicamp.
A ANPG (Associação Nacional dos Pós-Graduandos) debate com os principais órgãos de fomento o aumento dos valores e a política de distribuição regional. "Com a média que existe, é possível viver, mas não mais do que isso", critica Hugo Valadares, presidente da ANPG. "Temas como licença-maternidade estão na pauta."
"Um terço dos pós-graduandos tem vínculo empregatício e um terço tem bolsa, 85% delas da Capes e do CNPq", afirma o presidente da Capes, Jorge Guimarães.
Para pedir bolsa, é preciso acompanhar o calendário oficial de cada instituição, em suas páginas na internet. (MJ)



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