São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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MULTIDISCIPLINARES

Em um ano, número de programas da área cresce 38%

Multiplicação é impulsionada principalmente por cursos que têm enfoque interdisciplinar

Pedro Carrilho/Folha Imagem
OLHO NO RESÍDUO
Após o mestrado em engenharia ambiental, o engenheiro Luiz Antonio Arnaud Mendes, 54, partiu para um doutorado na mesma área, na Uerj. Ele desenvolve um trabalho de controle e monitoramento da produção de resíduos biológicos, químicos e radioativos, em especial em serviços de saúde.
Seu objetivo é modificar os processos existentes em locais como hospitais e laboratórios. "A preocupação ambiental, com o reaproveitamento de resíduos e a redução da contaminação é uma tendência cada vez mais forte", comenta Mendes.

JULIANA CARIELLO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em um ano, a área multidisciplinar aumentou em 38% o número de programas recomendados pela Capes -de 299 (2008) para 412 (2009).
Isso se deve, em grande parte, ao aumento de propostas na subárea interdisciplinar, segundo Arlindo Philippi Júnior, representante da área na Capes e coordenador dessa subárea.
Ele ressalta que uma margem de 20% a 25% delas foram recomendadas pela Capes, pois se adequaram às exigências.
Um exemplo é o mestrado em desenvolvimento e tecnologia da Unesp. A partir de março, quem atua com educação física, fisioterapia, terapia ocupacional, medicina, engenharia, informática e sistemas de rede poderá cursá-lo.
"Queremos que alunos retornem a seus centros profissionais com uma tecnologia avançada, diferente do que se tem até então", explica o professor Afonso Antonio Machado, coordenador do mestrado.
Entre os recomendados, os mais promissores são os de agronegócios, desenvolvimento regional e urbano e gestões ambiental e do conhecimento, comenta Philippi Júnior.

Visão valorizada
Profissionais com visão interdisciplinar são procurados, em especial para cargos de coordenação, avalia Philippi Júnior. "Uma condição necessária para desenvolver novas tecnologias é buscar solução na coordenação e na cooperação de áreas do conhecimento. É essa a característica essencial da área interdisciplinar."
Especialistas em recursos humanos concordam com ele. Para o diretor-geral da consultoria BPI Brasil, Gilberto Guimarães, a multiplicação de cursos interdisciplinares satisfaz uma necessidade do mercado.
"Antes, a empresa tinha tempo de formar profissionais. Como elas têm de se reinventar a cada dois ou três anos, precisam de pessoas já prontas", diz.
Para Maria Inês Felippe, vice-presidente de relações com universidades da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), esses profissionais são considerados mais inovadores e criativos.
"É preciso aprender a se diferenciar. Para isso, é necessário ter criatividade. Ninguém melhor que os profissionais interdisciplinares para desenvolver essa competência."
Mestrando em agronegócios na UnB, Fabiano Coser, 35, começou o curso dez anos após se graduar em medicina veterinária, pois na época só havia pós direcionadas à área clínica.
Ele queria entender como empresas, governo e concorrentes influenciam o produtor de suíno. "Quando cheguei ao mestrado, já tinha perguntas devido à prática de anos. Consegui tirar as dúvidas."


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