DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos principais problemas apontados pelos moradores de Pinheiros, Alto de Pinheiros, Lapa e Perdizes é a grande incidência de congestionamentos: 16% dos entrevistados pelo Datafolha disseram que o trânsito ruim é a maior desvantagem para quem vive e trafega na área.
Segundo a pesquisadora científica Ana Marisa Tavassi, 42, o pior trecho que percorre é o da praça Panamericana, que dá acesso à Marginal Pinheiros e à avenida Pedroso de Moraes.
"No balão o trânsito trava", diz ela, que diariamente busca os filhos num colégio próximo à praça. Ana Marisa chegou a ficar cerca de 40 minutos praticamente parada perto da Panamericana, mas hoje evita o local e trafega por ruas menores.
Outros trechos problemáticos na região, como as ruas Cardeal Arcoverde e Teodoro Sampaio, concentram linhas de ônibus que desembocam no largo da Batata e têm comércio. As avenidas Rebouças e a Brigadeiro Faria Lima também apresentam lentidão com freqüência.
Segundo o gerente de planejamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Ronaldo Tonobohn, 44, Pinheiros e Lapa têm um alto índice de motorização em razão da classe social da população -dos entrevistados, 16% afirmam pertencer à classe A.
"Cerca de 85% dos moradores se deslocam individualmente, o que prejudica o trânsito", diz ele.

Violência
A tradutora Mônica Iampolsky, 37, nasceu em Pinheiros e, atualmente, mora no Alto de Pinheiros. Considera o bairro "familiar", mas está perdendo o sono devido ao aumento da violência no local. A situação não incomoda apenas a tradutora. De acordo com 23% dos entrevistados, o maior problema do bairro hoje é a segurança.
No ano passado, os moradores da área ficaram alarmados com a série de assaltos realizados perto de escolas públicas e privadas da região -uma gangue agia na saída das aulas e levava dinheiro, celulares, jaquetas e relógios de alunos.
"Não poder andar com meus filhos pela praça do Pôr-do-Sol ou não conseguir caminhar até ela em razão da violência me deixa bastante descontente", afirma Mônica.


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