São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2004

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Enchentes, buracos e violência predominam

O que mais incomoda os moradores deste trecho da zona oeste da cidade são os freqüentes alagamentos provocados pelos córregos da área, além da violência, que está sempre em primeiro lugar. As ruas e avenidas esburacadas e com calçada em estado precário também recebem muitas queixas



O barraco feito com tábuas de madeira da desempregada paraibana Maria do Socorro Ferreira dos Santos, 38, fica numa parte baixa da favela Paraisópolis, a maior da região do Morumbi, em cima do córrego não-canalizado Grotão. Sempre que chove, alaga.
Maria do Socorro Ferreira dos Santos faz parte do grupo de pessoas da zona oeste 2 que considera o maior problema do bairro as enchentes e a falta de canalização de esgotos -assim como 6% dos entrevistados pelo Datafolha naquela área.
O número só é inferior, assim como em toda a cidade de São Paulo, do que o de quem aponta a violência principal problema.
Com as chuvas deste ano, 87 famílias da favela ficaram desabrigadas. "A água passou por cima do guarda-roupa. Quando começa a chover, a gente tem até medo de dormir", afirma.
A voluntária da União dos Moradores de Paraisópolis Maria Nilde dos Santos, 30, vive na favela e afirma que existem três córregos problemáticos no local: o Grotão, o Grotinho e o córrego do Tonico. "Uma vez, precisamos de barcos para pegar as pessoas que estavam se afogando", diz.
Outro problema recorrente para os moradores da área é a precariedade do calçamento das ruas. A dona-de-casa Ivanete Araújo, 48, afirma que as calçadas "não existem" ali: "É impossível caminhar pelas ruas e avenidas. Nem na Giovanni Gronchi há calçada".

Falta luz
Para 7% dos entrevistados, a prefeitura está se saindo pior na manutenção do asfalto e do calçamento. "Como circulo muito de carro pela região, percebo a degradação do asfalto no bairro", afirma o empresário Márcio José Braz, 48.
Os moradores destacam a criminalidade com a preocupação de sempre -35% consideram este o maior problema do bairro. A atriz Lívia de Almeida Lisboa, 27, por exemplo, mora no Butantã há 15 anos e diz que não é recomendável andar a pé pelo bairro à noite. "Evito passear depois das 20h porque a luminosidade é ruim."


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