São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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PROVA
Aluno vai poder acrescentar informações para desenvolver respostas
Jornalismo deve exigir mais domínio de contextualização

da Reportagem Local

A contextualização das informações deverá ser uma das marcas da prova de jornalismo do Exame Nacional de Cursos deste ano. Essa habilidade será exigida de modo mais intenso na prova deste ano. Isso vai ocorrer de dois modos, ambos a serem aplicados na parte prática do exame. Primeiro, para que o aluno possa desenvolver -e, consequentemente, explicar- melhor suas respostas, o número de questões foi reduzido de 18 para 12.
Em segundo lugar, na questão em que se pede para que o aluno produza um texto para veículo impresso, ele poderá acrescentar informações aos dados que lhe serão fornecidos. "A idéia é julgar sua capacidade de contextualização ao elaborar um texto e, ao mesmo tempo, verificar sua habilidade de síntese, criatividade e eficácia comunicativa", diz Gerson Moreira Lima, membro da Comissão de Jornalismo do Exame Nacional de Cursos e professor das universidades Católica de Santos (SP) e Santa Cecília.
As informações que o aluno acrescenta também visam aproximar o texto da prática, aproximando a resposta do aluno da realidade das redações de jornais e revistas.
Outras características relevantes da prova, na opinião de Nilson Lage, outro membro da comissão de jornalismo, é a ênfase sobre a interface com a informática -que o jornalista tem de dominar por causa do avanço da Internet e das novas tecnologias de comunicação- e o caráter reflexivo das questões que integram a segunda parte da prova. "Devem ser evitadas perguntas pontuais, com respostas pontuais, tipo certo ou errado", diz Lage, que é professor da Universidade Federal de Santa Catarina. A consequência disso é que o número de questões nessa parte também será reduzido em relação ao ano passado (de 15 para seis ou oito).
Diferentemente do jornalismo, que fez alterações na estrutura e na concepção da prova, as áreas de letras e matemática pretendem manter o esquema do ano passado. A idéia é permitir a criação de uma série de resultados que permitam perceber qual é a real situação dos cursos. Tanto letras quanto matemática estão sendo avaliados, em 99, pela segunda vez.
"Nesse momento inicial, alterar profundamente as orientações, não permitiria o acúmulo de dados comparáveis e não teríamos uma sequência histórica com alguma validação quantitativa e qualitativa", diz Francis Henrik Aubert, professor do Departamento de Letras da USP e membro da comissão da área para o Exame Nacional de Cursos.
Na prova de odontologia, os estudantes também não devem verificar muitas mudanças em relação aos anos anteriores. "Temos feito alguns ajustes na formulação das questões, mas não existem divergências quanto às diretrizes. Desde o início as definições estão claras", diz Antônio Cesar Perri de Carvalho, membro da Comissão de Odontologia do Exame Nacional de Cursos e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Araçatuba. (MARTA AVANCINI)


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