Estimar impacto de Copa é possível, mas complexo

Há métodos que podem medir de forma mais precisa a expectativa de impacto de um evento esportivo, segundo especialistas. Mas, para tanto, é necessário analisar dados específicos e fazer comparações que não se encontram nos estudos sobre São Paulo, da Accenture, e o da Valeu Partners, feito para o governo federal.

"O diabo está nos detalhes", disse Robert Baade, economista que estuda impacto de eventos esportivos nas economias locais.

Ao se levar em conta ganhos com turistas, por exemplo, a análise tem que contabilizar perdas com o próprio turismo antes e depois da Copa, por conta da elevação dos preços.

Ainda é preciso considerar que, no caso do turismo doméstico, o recurso só muda de um setor da economia para outro. Não se cria novo dinheiro na economia.

Baade ainda defende que tem de se fazer comparação entre os ganhos com outros tipos de investimento, como títulos do tesouro. "E deve se comparar com a construção de escola. Se é gasto, o que se obtém em troca?"

O economista Holger Preuss também prega a atenção aos detalhes.

"Sim [há meio de estimar os ganhos] se baseado em benchmark [referências de excelência], mas é realmente difícil e complexo."

Os estudos da Accenture e da Value usam benchmarks em suas análises. Mas as estimativas de impacto econômico superam parâmetros de especialistas. (MF E RM)