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Pesos-pesados

Adriano repete saga do primeiro gol de Ronaldo, seu padrinho no Corinthians

DE SÃO PAULO

Só faltou a escalada no alambrado. O gol de Adriano, ontem, teve muito do primeiro de Ronaldo com a camisa do Corinthians: os minutos finais, o placar adverso, a comemoração enlouquecida.

Em 8 de março de 2009, o Fenômeno também saiu do banco para anotar de cabeça contra o Palmeiras, no empate por 1 a 1, em Presidente Prudente, pelo Paulista.

Nos dois casos, o clube apostou alto para tentar recuperar atacantes de peso, de passado glorioso, presente nem tanto e futuro duvidoso.

Ronaldo ainda se recuperava de mais uma de tantas lesões nos joelhos, quase um ano inativo. Adriano lutava contra a depressão e a falta de gols na Roma, para onde fora após sair do Flamengo.

Ronaldo fez 35 gols em 69 jogos pelo Corinthians, ga-nhou um Paulista, uma Copa do Brasil, elevou os ganhos do clube com marketing e encheu os bolsos para isso.

Ao parar, em fevereiro deste ano, após a vexatória eliminação na Taça Libertadores, apontou para Adriano, 29, como seu sucessor.

"Foi o Ronaldo que me convenceu a jogar no Corinthians", declarou o atacante à Folha em sua primeira entrevista como corintiano.

O Fenômeno anotou logo no segundo jogo como corintiano. O Imperador precisou de bem mais tempo -ontem foi a quarta partida dele.

Adriano foi contratado em março deste ano, após uma passagem desastrosa pela Roma -oito jogos, zero gol.

Logo nos primeiros treinos pelo novo clube, rompeu o tendão de Aquiles e só pôde voltar a atuar em outubro. Ainda luta contra a balança, está com mais de 100 kg.

Foi cobrado em público pelo presidente Andres Sanchez: "Está demorando mais do que esperávamos".

Foi vítima de um ato falho do diretor de futebol Roberto Andrade. "Esperamos que o Adriano possa estrear logo", disse o cartola quando o atacante já havia atuado duas vezes pelo Corinthians.

As cobranças não eram em vão. Adriano faltou a várias sessões de fisioterapia durante o tratamento da lesão.

Nos treinos, era nítido que sua capacidade de finalização era acima da média. Mas nas atividades táticas, coletivos e rachões, sua falta de mobilidade atrapalhava. O salário de R$ 380 mil (mais bônus) gerava críticas.

No final do jogo de ontem, Adriano foi abraçado por todos os colegas. E agradeceu ao clube. "Todos tiveram paciência comigo. Não posso ajudar 100%, mas tento."

Após o gol de ontem, Adriano só volta a ficar fora do banco se sofrer nova lesão.

O atacante não gritava um gol desde 20 de maio de 2010. Ainda defendia o Flamengo, clube pelo qual ganhou seu último título, exatamente um Brasileiro, em 2009.

(MF e RM)

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