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Xico Sá

O 3º sexo no futebol

Parabéns, Johnny Saelua, o primeiro transexual a atuar nas eliminatórias

Amigo torcedor, amigo secador, nada de Brasileirão, nada do mundo privado do Ronaldinho Gaúcho, não interessa, deixa o cara, um valor mais alto e histórico se alevanta: a entrada definitiva do terceiro sexo no careta futebol oficial da Fifa.

Para calar os gritos histéricos e enrustidos de todos os estádios. Como se fosse proibido ser gay ou travesti em qualquer esporte. Parabéns, meu caro Johnny Saelua, o primeiro transexual a atuar em um jogo de eliminatórias para a Copa do Mundo.

Que venhas ao Brasil 2014, caro Johnny, eu acredito em milagres, nos Ramones e no Wander Wildner. Tudo bem, defendes a seleção de Samoa Americana, espécie de Íbis do atlas futebolístico, mas, graças a ti, a equipe conseguiu nesta semana a primeira vitória: 2 x 1 sobre Tonga.

A tonga da mironga do kabuletê, sorriria, com o seu copázio de uísque, o botafoguense Vinícius, el poetinha. Yes, Johnny, um feito histórico em uma das modalidades mais preconceituosas. Por simples trejeitos, muita gente sofre um inferno aqui no dito e hipócrita país do futiba.

Parabéns, Johnny, és o cara, a mina, sei lá, és o que escolheste no teu bate-bola com a natureza e a vida, és o grande zagueiro, jogaria fácil nos meus times. No Icasa, no Sport ou no Santos -dupla com o corisco Durval, já pensaste?

Ah, amigo, não vale piada com essa historinha preconceituosa de "bambis" do São Paulo ou "barbies" do Náutico, como rezam folclores recentes dos adversários.

Só vale exaltar o avanço do menino ou da menina Johnny. Aliás, nem de um, muito menos do outro. Do terceiro sexo mesmo.

Incansáveis parabéns, vivas e salves, fogos Caramurus nos ares, por este acontecimento. Johnny, és um exemplo para o planeta bola. Que venhas ao Brasil, com ou sem Copa. Aqui tem jogo.

No mais, meu caro, nos resta um Brasileirão emocionante na reta final. Johnny, jogarias fácil neste certame. Não houve, digamos assim, fora o Dedé (Vasco) e o Paulo André (Corinthians) em alguns jogos, um grande boleiro na zaga.

Agora, amigo torcedor, nos resta, tanto na A, como no faroeste da B, seguir a filosofia de um certo best-seller: beber, secar e rezar. Ou, como disse o colega Miro Palma, no "Correio 24 horas", sobre seu tricolor baiano: ganhar, secar e rezar!

Tudo indica que dá Corinthians. Mas, quando tudo indica, sempre tem o corvo Edgar para dizer o seu mantra: "A sorte só falha quando tem sido fiel companheira por toda uma temporada".

xico.folha@uol.com.br

@xicosa

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