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Passa e repassa

Novidade do ano, asa móvel ajuda a aumentar ultrapassagens e ganha a aprovação dos pilotos

DE SÃO PAULO

O segundo título previamente garantido por Sebastian Vettel remete a uma nova era na F-1, e lembra o domínio de um outro piloto alemão, Michael Schumacher.

Mas as corridas deste ano em nada se assemelham aos tempos em que o heptacampeão reinava absoluto em provas tão previsíveis quanto monótonas. Período em que os torcedores se acostumaram a usar expressões como "ultrapassou nos boxes".

Em 2011 foram nada menos que 804 ultrapassagens nas 18 etapas realizadas até aqui, média de praticamente 45 por corrida antes do GP Brasil, de acordo com um levantamento feito pela Mercedes.

Se Vettel largava na frente e disparava, "azar" o dele. Do segundo lugar para trás, a briga sempre foi muito intensa.

No pacote de mudanças aerodinâmicas do início do ano, a asa traseira móvel, ou DRS (sistema de redução do arrasto, na sigla em inglês) é tida como a principal responsável por esse fenômeno em 2011.

Isso porque quase metade das manobras só ocorreu graças ao auxílio da novidade. Foram 363 ultrapassagens com o DRS (45%) contra 441 sem o uso do artifício (55%).

"Acho que melhoramos muito o espetáculo e vimos corridas incríveis neste ano", disse Schumacher, segundo piloto que mais realizou ultrapassagens em 2011 -foram 111 contra 112 de Sebastian Buemi, líder no quesito.

Para Jenson Button, segundo na lista dos que mais manobras fez sem computar as na primeira volta de cada corrida, a asa móvel facilitou a disputa especialmente entre pilotos dos times de ponta.

"Agora vemos mais disputa e tivemos provas muito disputadas em circuitos em que não víamos ultrapassagens antes", afirmou o inglês.

E os números comprovam esta impressão de Button.

Em Abu Dhabi, por exemplo, uma das pistas que os pilotos mais reclamavam da impossibilidade de passar, o DRS foi responsável por nada menos que 89% das manobras na última corrida.

Em Valência, um circuito de rua, travado e relativamente estreito para os padrões dos modernos circuitos usados na F-1 atualmente, 81% das ultrapassagens foram com a ajuda da asa móvel.

"Claro que sempre existem alguns ajustes a serem feitos e coisas a serem melhoradas, mas acho que esta novidade contribuiu muito para termos corridas mais emocionantes", completou Schumacher.

Apesar de ter feito uma temporada sem brilho, o piloto da Mercedes foi até agora quem mais ganhou posições na primeira volta. Foram 40 nos 18 GPs disputados.

Schumacher foi também o responsável pelo maior número de ultrapassagens na volta inicial. O alemão lidera o ranking com 34 manobras. O segundo na lista é Buemi, que fez 29 ultrapassagens.

Acostumado ao topo dos rankings, neste Vettel é o último. Fez uma ultrapassagem, já que quase sempre foi pole. (SANDRO MACEDO E TATIANA CUNHA)

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