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Lúcio Ribeiro

Palmeiras, o inimigo

Na reta final do Brasileiro, o time ressurge como o grande inimigo dos inimigos. E dele mesmo.

UM DOS games mais famosos dos últimos anos, o incrível Angry Birds inundou celulares, iPads, computadores e TVs botando pássaros furiosos atrás de vingança contra terríveis porquinhos verdes.

Os porquinhos, sem coisa melhor a fazer, foram atrapalhar a vida de uns pássaros, sequestrando os ovos de seu ninho. E dão risadas descaradas quando as enfurecidas aves tentam exterminá-los e não conseguem. Só faltam gritar "Olê, Porcôôô".

Em um outro tipo de jogo, este da vida real e mais precisamente o futebol, o Palmeiras, sem coisa melhor a fazer, é o "porquinho verde terrível". E sua torcida quer pelo menos dar risadas descaradas para atrapalhar voos maiores de seus rivais.

Do São Paulo, já conseguiu em parte. Com a vitória sobre o favorito time do Morumbi anteontem, deixou o tricolor com chances reduzidas de ir em 2012 a seu torneio favorito, a Libertadores.

Domingo, os "porquinhos verdes" vão a campo de novo sem coisa melhor a fazer a não ser tentar ajudar no sequestro da taça de pentacampeão nacional do outro rival, o Corinthians.

O Palmeiras, diante dos inimigos, está assumindo o papel de "O INIMIGO". Sua torcida, em ano tão desastroso, quer neste final de 2011 pelo menos dar umas risadas descaradas. Enquanto isso, agora que o time voltou a recuperar as vitórias e um pouco do brio perdido, chega aos sócios palmeirenses a revista "Palmeiras", publicação oficial do clube.

A edição é de julho/agosto. Estamos no fim de novembro. É aberta com uma publicidade da nova rena, o estádio moderno que o Palmeiras está fazendo e que o Palmeiras quis impedir que o Palmeiras fizesse. Vira a página e a publicidade então estampa alguns jogadores mostrando o distintivo do clube. Em destaque: Kleber (hoje do Grêmio) e Pierre (emprestado ao Atlético-MG).

O cardápio editorial da revista: "Fernandão, faro de gol", para o atacante reserva que fez dois gols desde agosto; "Carmona, na meia, um canhotinho", que pouco entra em campo, isso quando é relacionado; "Gabriel, orgulho da base", que nem bem se firmou foi vendido à Udinese. A manchete de capa é "Passado, presente e futuro em festa"

É o Palmeiras de novo no papel de inimigo, mas de si mesmo. A revista toda é o retrato atual do clube: atrasado, amador, sem muita noção da realidade. Seus dirigentes parecem viver num mundo virtual, como o dos Angry Birds. Ele são os porquinhos verdes dos porquinhos verdes. E neste "game", as risadas descaradas, independentemente de elas virem a ser dadas domingo no Pacaembu, não terão nenhuma graça quando 2012 chegar. E 2013. E 2014.

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