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DF quer evento que custará R$ 1,3 bilhão

UNIVERSÍADE
Em meio a crise, capital federal abre o cofre com candidatura para Jogos Universitários de 2017

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

Em meio à crise institucional no Distrito Federal, o governador Agnelo Queiroz está em Bruxelas hoje para participar de uma eleição em que tenta ganhar argumento para gastar mais de R$ 1 bilhão.

Brasília disputa com Taipé, capital de Taiwan, o direito de receber a Universíade, Jogos Mundiais Universitários, em 2017. O anúncio da sede será por volta das 16h.

O projeto brasiliense é confuso e nem mesmo o secretário de Esporte e Lazer da capital, Célio Renê, sabe informar o valor total do evento.

O Ministério do Esporte, via assessoria de imprensa, informou que não pode confirmar quanto o governo federal empenhará no projeto.

Segundo a CBDU (Confederação Brasileira de Desporto Universitário), responsável pela candidatura, a Universíade custará R$ 700 milhões.

Não está incluída nessa cifra a construção da Vila Universitária, estimada em R$ 280 milhões, numa parceria com o setor imobiliário do DF.

Nos cálculos da CBDU, também não entraram as obras do Centro Olímpico da Universidade de Brasília. O projeto de reforma de piscina e pista de atletismo gira em torno de R$ 350 milhões.

A assessoria de imprensa do Ministério da Educação informou que não há previsão para o início das obras e que o valor é de um "projeto inicial". Não há garantias de que as reformas sejam feitas caso Brasília não seja eleita. A UnB conta com projetos de lei de incentivo aprovados no Ministério do Esporte para captar mais R$ 9 milhões para ginásio e campos de futebol.

Assim, a conta final do projeto de Agnelo chega a R$ 1,3 bilhão, sem contar os R$ 671 milhões já previstos para o Estádio Nacional, antigo Mané Garrincha, sede da Copa.

Dar utilidade ao estádio após o Mundial é o principal motivo apontado pelo governador para sediar, três anos mais tarde, a competição universitária, que dura em média 12 dias e reúne aproximadamente 11 mil atletas.

Essa é a principal crítica ao estádio, já que seu custo, que ainda deve aumentar -faltam gramado, assentos e cobertura-, não corresponde ao nível do futebol local.

Contabilizados todos os custos, a aventura esportiva do DF chegaria a R$ 2 bilhões, ou quase dois terços do que consumiu o Pan-2007, cujo orçamento estourou. A conta está em R$ 3,7 bilhões.

A candidatura reforça o elo de Agnelo com o desporto estudantil. O governador é acusado de corrupção no Segundo Tempo, quando era ministro do Esporte, até 2006.

A pasta tem forte ligação com o desporto universitário. O ex-ministro Orlando Silva Jr. foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) nos anos 90. O titular da pasta, Aldo Rebelo, também.

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