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Moda Londres

Dois anos após proibição dos supermaiôs, empresa lança traje que, se cumprir promessa de ganho de performance, deve ser alvo de cobiça

Divulgação
A britânica Rebecca Adlington exibe o novo maiô da Speedo
A britânica Rebecca Adlington exibe o novo maiô da Speedo

FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

Banidos da natação em 2010, os supermaiôs ganham nova versão e surgem como candidatos a objetos de desejo dos atletas em Londres-12.

Mesma fabricante do LZR Racer, que vestiu a maior parte dos nadadores nos Jogos de Pequim-2008, a Speedo lança hoje o Fastskin3 Racing System, um conjunto de maiô, touca e óculos.

Apesar de o marketing da empresa afirmar que os três elementos foram desenvolvidos em conjunto para "otimizar o conforto do atleta e a performance na água", fica claro que o maiô é o maior responsável por um possível ganho de performance.

O traje, que foi aprovado pela Fina (Federação Internacional de Natação) em julho, é apresentado como dotado de um novo sistema, que garantiria compressão em áreas-chave para esculpir o corpo em forma mais eficiente.

O material do maiô redu-ziria o arrasto de fricção da pele em até 2,7% e teria uma tecnologia para reduzir a absorção de água.

A inovação dos óculos é o design, que inclui uma tonalidade azul/cinza na lente visando uma sensação de calma e foco. Psicólogos teriam sido consultados para opinar sobre as melhores cores.

Com essas inovações, a Speedo cita, por exemplo, que a utilização de seu novo sistema reduz em 16,6% o arrasto no corpo inteiro e melhora em 3% as saídas.

A empresa adicionou ainda o depoimento de Michael Phelps, seu principal garoto-

-propaganda. "Eu me sinto confiante e confortável."

Se esses números se comprovarem nas próximas competições, é quase certo que as concorrentes desenvolvam produtos semelhantes.

Em 2008, a coqueluche era o LZR. Nos Jogos de Pequim, os nadadores chegaram a ficar horas em uma fila para conseguir seu exemplar.

Depois, outras fabricantes, como Jaked e Arena (patrocinadora de Cesar Cielo), desenvolveram trajes que roubaram mercado da Speedo.

Esses trajes dominaram as piscinas durante dois anos (2008 e 2009), período no qual participaram de cerca de 250 quebras de recordes mundiais. As peças influenciavam principalmente na flutuabilidade dos nadadores.

Os modelos eram cobertos por poliuretano, o que tornava o traje impermeável. A barreira permitia acúmulo de ar, o que ajudava na flutuação.

Os trajes passaram a proliferar, e a Fina perdeu o controle. Em uma tentativa de remediar a situação, a entidade passou a analisar as peças. Centenas de maiôs buscavam o aval antes de serem utilizados em competições.

A Fina decidiu então que, partir de 2010, só seriam permitidos bermudas para homens e "macaquinhos" para mulheres fabricados de um material têxtil, e os recordes se tornaram mais raros.

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