Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Crise mancha Mundial no Brasil

HANDEBOL
Torneio começa cercado de denúncias contra cartola da federação internacional

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

O Mundial feminino de handebol começa ser disputado hoje em São Paulo em um momento de crise na IHF (sigla em inglês da Federação Internacional de Handebol).

O presidente da entidade, o egípcio Hassan Moustafa, 67, é alvo de denúncias de tráfico de influência e corrupção. Ele desembarca hoje no país para assistir ao jogo de abertura do Mundial, entre Brasil e Cuba, às 21h, no ginásio do Ibirapuera.

No início de novembro, a sede da federação, na Basileia, na Suíça, e uma das casas de Moustafa, na cidade suíça de Rheinfelden, foram vasculhadas pela polícia, com autorização judicial.

O dirigente é suspeito de ter recebido aproximadamente R$ 1,5 milhão em 2007 como pagamento pela "consultoria" para a agência de marketing alemã Sportfive,

Coincidentemente, a empresa ganhou os direitos de transmissão dos principais campeonatos internacionais de 2006 a 2009 em licitação promovida pela IHF.

Ao final do contrato com a Sportfive, a alemã UFA ganhou o processo seletivo para televisionamento até 2013, incluindo o Mundial que começa hoje no Brasil.

Ambos os contratos foram negociados com o alemão Robert Mueller von Vultejus. As autoridades da cidade alemã de Hamburgo, sede da Sportfive, também investigam as transações de Vultejus.

Para defender-se, Moustafa partiu para o ataque.

"Sou o único árabe a dirigir uma federação internacional de esporte e isso incomoda aos europeus. Sobretudo no handebol, que é um esporte europeu", disse o egípcio, no poder há dez anos, e chamado pejorativamente pela imprensa alemã de "Faraó".

Moustafa tem o apoio da cúpula da IHF. Um dos que sempre deram suporte ao dirigente é presidente da CBHb (Confederação Brasileira de Handebol), Manoel Luiz Oliveira, vice presidente da IHF para o continente.

"Sou contra corrupção, até dentro da minha casa. Mas as denúncias do passado contra Moustafa jamais se comprovaram", defendeu Oliveira.

O brasileiro afirma que o momento de instabilidade não vai afetar as disputas do Mundial em São Paulo. "O handebol está acima de qualquer um", declarou.

-

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.