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Pará aposta em divisão para crescer

FUTEBOL
Clubes esperam mais verba pública se novos Estados surgirem

ADRIANO WILKSON
DE SÃO PAULO

Se for aprovada pela população no plesbicito de amanhã, a divisão do Pará pode provocar um boom de verba pública para financiar o futebol das regiões separatistas.

Sem condições de ir com frequência a Belém, clubes de áreas mais afastadas desistem do profissionalismo.

Com Estaduais menores, cartolas de ligas amadoras esperam que prefeitos patrocinem a profissionalização. Há sinais de que isso ocorrerá.

"Com a criação do Tapajós [no oeste do atual Pará], o município vai investir alto nos times daqui", declara Mário Lobato, da controladoria da Prefeitura de Oriximiná.

"O investimento não seria menor que R$ 300 mil [anuais]. O prefeito gosta de ver o nome da cidade lá em cima."

O presidente do São Francisco, Edimar Ribeiro, um dos dois times profissionais do Tapajós, diz que é difícil se manter sem verba pública.

"Não temos grandes empresas, indústrias. Esperamos que o novo governo ajude os clubes", diz Ribeiro.

Em Carajás, no sudeste do atual Pará, a expectativa é igual. Com cinco times, a região espera que a divisão dê fôlego ao futebol profissional.

A distância entre as cidades da Amazônia é apontada como o grande entrave para o desenvolvimento do futebol no interior. O reflexo está na história do Estadual.

Em mais de cem anos, apenas em 2011 o campeonato foi vencido por um time de fora de Belém, o Independente, que é da região de Carajás.

"Infelizmente, o Pará é grande demais", lamenta Antônio Lopes, secretário de Esportes de Redenção, cujo principal clube é mantido pela prefeitura. "Uma vez, chegamos até a querer perder para não ter que ir jogar em Santarém, a 2.000 km daqui."

Ele torce pela criação de Carajás, sem a qual diz ser bem difícil para sua equipe voltar a jogar um Estadual.

Políticos negam mal-estar quanto ao uso de verba pública no futebol. "É bem aceito. Uma parte do dinheiro vai para saúde, educação, outra para o esporte", diz Lobato, da prefeitura de Oriximiná.

"O povo gosta, apoia, e não tem crítica." Seu colega de Redenção concorda: "Investir em esporte é investir em saúde e educação também".

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