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Rita Siza

Tudo ao contrário?

Entre os times que continuam na Copa dos Campeões, estão os mais fortes de cada Nacional

1. Com o sucesso de clubes menos "cotados", como o suíço Basel ou o Apoel, de Chipre, e a eliminação de times milionários, como Manchester United e Manchester City, na fase de grupos da Copa dos Campeões, voltou a eterna discussão sobre o sistema de competições engendrado pela Uefa. O acordo e a unanimidade parecem impossíveis: há sempre quem reclame e se queixe das peculiaridades do sistema, nomeadamente com o apuramento automático para a Uefa dos terceiros qualificados da Champions -a título de prémio de consolação?

Protestos duram há anos sobre a desigualdade que tal fórmula representa, uma vez que dezenas de clubes precisam jogar o apuramento para participar na Liga Europa. E, quando perdem, são desclassificados e não relegados para uma outra competição, teoricamente secundária, onde ainda podem facturar com TV, publicidade e patrocínios.

Mas as vozes dissonantes que habitualmente desvalorizam a Liga Europa vieram ressuscitar a importância dessa competição, argumentando que está "tudo ao contrário" e que, afinal, os "grandes" não estão na Champions. O argumento é fraco: entre aqueles que ficaram encontramos os clubes mais fortes de cada Nacional, Real Madrid e Barcelona, Arsenal, Chelsea, Bayern de Munique ou Inter de Milão. São os clientes do costume; com a diferença de que, neste ano, nas rivalidades entre as ligas dos países, a vantagem vai para a Itália, que colocou três equipas entre as 16 melhores, contra duas de Espanha, Inglaterra, França, Alemanha e (surpreendentemente?) Rússia. O Calcio pode não ser tão espectacular quanto La Liga ou a Premier League, mas, neste ano, está a revelar-se mais eficaz.

2. Por falar em La Liga e espectacularidade: o clássico de hoje entre Real Madrid e Barcelona poderá determinar o desfecho da temporada no caso de vitória do time da capital. A rivalidade histórica e a tensão entre os dois clubes -que José Mourinho exacerbou- tornam o jogo especial.

Nos últimos sete anos, o vencedor do confronto sagrou-se campeão, e este ano o Real parte em posição privilegiada, com mais seis pontos do que os catalães. Num campeonato em que os dois favoritos cedem poucos pontos, torna-se uma tarefa virtualmente impossível se recuperar de uma diferença tão grande. Como admitiu o brasileiro Dani Alves, "acabou a margem para erro".

3. Pelos vistos, Sócrates, o doutor, terá um dia dito que gostaria de morrer num domingo de sol com o Corinthians campeão. Não deixa de ser um relativo consolo saber que o dia fatídico -tão precoce- foi exatamente conforme as suas condições. Paz à sua alma.

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