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Cartola apoia fundo que comprou Ganso

SANTOS
Ex-presidente Marcelo Teixeira sai em defesa de parceria que está em litígio com atual administração

DOS ENVIADOS A TOYOTA

Marcelo Teixeira, ex-presidente do Santos e desafeto do sucessor Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, é o único brasileiro no Comitê da Fifa sobre o Mundial de Clubes. Ele defende a polêmica parceria com o fundo DIS em direitos sobre atletas, que gera atrito entre clube e Ganso. (LEONARDO LOURENÇO E RODRIGO BUENO)

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Folha - O senhor é o maior credor do Santos? Como foi o acordo para essa dívida que penhorou a Vila Belmiro?

Marcelo Teixeira - Coloquei recursos financeiros da família duas vezes. Todos os valores da primeira dívida foram ressarcidos, sem juros. Eu tinha duas ações, uma em nome da família e outra, da universidade. Hoje, com juros e tudo, os valores superam R$ 40 milhões. Os valores caíram em quase 40%, a serem pagos em seis anos. Foi a proposta deles, aceita pela família. Podiam dar uma penhora correspondente, o CT, a chácara, mas deram a Vila, um palco sagrado com valor calculado de R$ 106 milhões.

O senhor quase vendeu Neymar?

Veio uma proposta de quase € 20 milhões. Os diretores diziam que tinha que vender. Seria um crime pensar ou no retorno do meu recurso ou em deixar o clube azul vendendo Neymar. Depois, o Luis Alvaro continuou a negociação e também não aceitou vender.

Como vê a briga entre Santos e DIS [Grupo Sonda, que detém parte dos direitos de Neymar e Ganso após comprá-los na gestão de Marcelo Teixeira]?

É um momento político. Fiquei dez anos, não podiam dizer que era ladrão. Então o DIS foi uma maneira que encontraram para ter esse tipo de discussão. Só que o Delcir [Sonda] não é empresário que vive do futebol, ele vive do futebol também, mas não como outros. O Santos não se enganou ao fazer a parceria [a divisão dos direitos de Ganso gerou atrito entre jogador e clube às vésperas do Mundial]. Foram sete jogadores, alguns não vingaram, num investimento de € 1,3 milhão.

O Ganso se aproximou do senhor e se afastou de Luis Alvaro? Como é seu contato hoje com ele e com Neymar?

Os dois se aproximam de mim. Houve um momento em que tiramos uma foto com o Ganso, e foi a público. Criaram então naquela renovação uma relação até maldosa. Não mantemos o mesmo contato de antes, mas, quando possível, eles telefonam.

Por que Neymar está ligado ao Santos e Ganso atrita com o clube?

O ponto de desequilíbrio foi quando o Ganso se machucou, e o Santos postergou a negociação. Era necessário um amparo maior ao jogador.

Quais as críticas maiores que faz a Luis Alvaro?

Ele é mais elogiado pelas conquistas em campo do que na parte financeira, administrativa e patrimonial. O que o Santos fez nos dois últimos anos, um tijolo a mais do que herdaram em dezembro de 2009? Nada foi feito de diferente [nesses setores].

Ele teve sorte com a herança?

Essa safra foi criada para acontecer isso. Não coloquei R$ 1 milhão na mão de uma família [de Neymar] à toa. A atual gestão criou outros fatores. Todos têm mérito.

Como chegou à Fifa?

Começou quando o Brasil se candidatou à Copa. O cargo era do Ricardo Teixeira. Você não pode acumular duas funções na Fifa. Quando foi nomeado presidente do COL, houve a indicação do meu nome. Partiu dele.

O que acha da situação de Teixeira na Fifa atualmente?

Percebemos que o Comitê de Ética é bastante independente e muito imparcial. Acho que nós podemos ficar tranquilos no que se refere à questão de apuração. O Ricardo tem história no futebol. E a Fifa é muito rigorosa.

Como é trabalhar agora no torneio com o Santos?

Tenho que analisar minha participação como membro da comissão, mas é inevitável minha relação com o Santos. Eu me isentaria de qualquer decisão. Pediria para me licenciar. Ano passado com o Inter, dormi tranquilo. Esse ano não dormi. Criei essa geração, meu sentimento de ver o Neymar aquecer, o Ganso.

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