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Balanço

Andres deixa presidência do Corinthians após títulos nacionais, fracassos internacionais e aumento de patrimônio, receitas e dívidas

MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

Com o anúncio da renovação de contrato do técnico Tite, acabou ontem a era Andres Sanchez no Corinthians.

O mandato do presidente vai até fevereiro, data da próxima eleição, mas Andres se licenciou do cargo agora.

Até lá, o vice Roberto de Andrade será o presidente em exercício. Os pré-candidatos à sucessão são o situacionista Mario Gobbi e o oposicionista Paulo Garcia.

Além de apoiar a campanha de Gobbi, Andres vai se dedicar ao cargo de diretor de seleções da CBF, onde voltará a trabalhar com Mano.

Iniciada em outubro de 2007, após a saída de Alberto Dualib -que passara 14 anos no poder- a gestão de Andres termina marcada por títulos nacionais, frustrações internacionais e grandes aumentos tanto no faturamento quanto na dívida do clube.

O Corinthians ganhou a Série B, um Paulista, a Copa do Brasil e o Brasileiro. Mas foi incapaz de triunfar na Taça Libertadores, título do qual a torcida mais sente falta.

Mas nem as eliminações diante de Flamengo (em 2010) e Tolima (em 2011) fizeram Andres demitir os treinadores Mano Menezes e Tite.

Integrantes da maior torcida organizada -a quem Andres abriu a porta do clube- pediram a cabeça de Mano no ano passado. Não levaram.

Um grupo de conselheiros e sócios com acesso livre à sala do presidente pediu a cabeça de Tite neste ano. Também ouviram um "não".

O único treinador demitido no período foi Adilson Batista, durante o Campeonato Brasileiro do ano passado.

A gestão Andres também multiplicou as cifras que circulam no Corinthians, para o bem e para o mal. O faturamento do clube passou de R$ 63 milhões em 2007 para uma estimativa de R$ 220 milhões neste ano. A dívida quase dobrou: subiu de R$ 101 milhões para R$ 195 milhões.

Em grande parte, graças à contratação de estrelas repatriadas (Ronaldo, Roberto Carlos, Adriano), que ajudaram a aumentar a receita com patrocínios, mas encareceram a folha salarial do time.

A outra consequência dessa política agressiva de contratações foi o sucateamento das categorias de base, algo que o próprio presidente e sua diretoria admitem.

Turrão, Andres se meteu em polêmicas com quase todos os rivais -São Paulo à frente. Ao mesmo tempo, aproximou-se da CBF como nenhum outro cartola.

Manobrou para tirar o Morumbi da Copa-14, algo de que se orgulha, longe dos microfones. Ao mesmo tempo, conseguiu emplacar o futuro estádio do Corinthians na abertura do Mundial.

E deixou Mario Gobbi, seu candidato, como favorito.

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