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Freadas bruscas em trechos com muitos atletas preocupam especialistas

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Correr a São Silvestre não é fácil. Muito mais difícil, porém, é frear na São Silvestre.

Especialistas ouvidos pela Folha mostraram preocupação com as reduções bruscas de velocidade proporcionadas pelo percurso inédito.

Os 25 mil corredores inscritos na tradicional corrida disputada no fim do ano terão de passar por pelo menos três agudas desacelerações.

Duas delas logo na parte inicial da prova, quando os atletas, principalmente os amadores, ainda estão aglomerados e correm em bloco.

"Todo mundo vai estar entusiasmado, descansado. E vai ter de frear. Tem o risco de lesões no tornozelo e no menisco, fora as trombadas, os atropelamentos e os desentendimentos que isso provoca", adverte o ortopedista e corredor Henrique Cabrita.

A primeira queda brusca de velocidade será na saída da avenida Doutor Arnaldo para a rua Major Natanael, ladeira com curva de 90º.

Pouco depois, os corredores irão se deparar com uma chicane no meio da avenida Pacaembu, solução encontrada pela organização para manter o trajeto com 15 km.

"É um erro a existência dessa primeira curva fechada. Todo mundo vai ver a descida e querer compensar a lentidão da largada. Isso vai criar um problema", afirma o presidente da Associação de Treinadores de Corrida de São Paulo, Nelson Evêncio.

"Na Pacaembu, sim, vai ser ruim. A curva deve alcançar quase 180º. Vai provocar uma mudança de ritmo grande, também para a elite", completa Adauto Domingues, técnico de Marilson Gomes dos Santos, atual campeão.

A terceira desaceleração acontecerá já próximo da chegada, na descida da avenida Brigadeiro Luís Antônio, com os atletas espalhados pelo circuito. Os vilões aí serão o cansaço acumulado e a ânsia por terminar a prova.

A organização da São Silvestre descarta um risco maior de acidentes nas freadas bruscas e diz que curvas fechadas e afunilamentos são parte da história da corrida.

"Em termos gerais, a prova está até mais livre agora", diz o diretor técnico Manuel Garcia Arroyo, que cita a descida da rua da Consolação como exemplo de trecho que desembocava em desaceleração no percurso usado até 2010.

Apesar do discurso otimista, a organização tomará precauções. Duas UTIs móveis estarão na major Natanael. Também haverá um posto de entrega de água antes da chicane na Pacaembu, o que, segundo os organizadores, provocará a dispersão da massa humana que passará pela curva mais fechada da prova.

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