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Crise abre as portas para saída de Ganso

SANTOS
Presidente afirma que, com uma proposta convincente, o clube estará disposto a vender o atleta

Ricardo Nogueira/Folhapress
Érika, ex-jogadora do Santos, e o presidente Luis Alvaro de Oliveira, em entrevista na Vila Belmiro
Érika, ex-jogadora do Santos, e o presidente Luis Alvaro de Oliveira, em entrevista na Vila Belmiro

BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC
LEONARDO LOURENÇO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O divórcio entre o meia Paulo Henrique Ganso e o Santos parece ter tomado um caminho irreversível.

Após se recusar a comprar parte dos direitos do jogador, o clube começou a fechar as portas para uma reconciliação com seu camisa 10, no centro de um fogo cruzado entre o clube e o fundo de investimentos DIS, que agora detém a maior fatia do jogador e com quem o atleta se mostra mais alinhado.

Ontem, em entrevista coletiva na Vila Belmiro, o presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, falou até em negociar Ganso, caso seja a vontade do meia. "Com uma proposta convincente, o Santos estará disposto a vendê-lo", disse o mandatário.

"Tenho consciência de que o jogador tem que estar feliz para atuar no Santos. Se ele estiver seduzido por uma proposta de fora, pode procurar o clube", afirmou. "Mas nenhuma proposta pelo Paulo chegou até hoje", completou.

O jogador, por outro lado, também se mostrou insatisfeito com a reação da diretoria. As poucas chances que existiam de o clube repetir o que fez com Neymar e renovar o vínculo com Ganso se esfacelaram com os acontecimentos mais recentes.

Tanto o jogador como seu estafe consideram que a atual situação significa o fim das possibilidades de reatar com o Santos. Descartam qualquer entendimento para atender o desejo de Luis Alvaro e renovar o contrato. O meia e seus representantes têm em mente que, na primeira proposta boa que surgir, ele deixará a Vila Belmiro.

As rusgas entre o Santos e o meia começaram ainda em 2010, quando o jogador sofreu uma séria lesão no joelho e não quis negociar uma reformulação em seu contrato parecida com a que fez Neymar recusar o Chelsea.

Desde então, o clube tenta convencer o meia a assinar um novo acordo, algo que sempre foi recusado.

Ganso tem a carreira gerenciada pelo DIS, que já detinha 45% de seus direitos e, agora, aumentou essa participação para 55% ao comprar os 10% que pertenciam ao próprio jogador por R$ 5 milhões -o Santos, que recusou o negócio, é dono dos outros 45%.

O fundo, que teve muito espaço no clube durante a gestão de Marcelo Teixeira, principal nome da oposição santista, é o maior desafeto da diretoria atual do Santos.

"Isso [a compra dos direitos] não muda nada. O Ganso tem contrato até 2015. Talvez seja a forma dos procuradores compensarem o prejuízo que o Paulo teve ao não aceitar um plano como o do Neymar, que ganhou dinheiro como água depois disso", declarou Luis Alvaro.

As constantes comparações com Neymar irritaram pessoas próximas a Ganso.

"O Neymar é como champanhe: borbulhante, explosivo. Pode cativar os jovens como nenhum outro jogador. O Ganso é um vinho bordeaux. Um (Ganso) você toma como aperitivo, o outro (Neymar), com o prato principal", afirmou o cartola ontem.

Luis Alvaro voltou a culpar os procuradores de Ganso pelo fracasso nas tratativas de um novo contrato.

"Foram eles que não aceitaram o plano de carreira semelhante ao do Neymar e, na minha opinião, cometeram um crime contra o Ganso."

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