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Lúcio Ribeiro

É o amor

Craques que "se importam" não aparecem todos os dias. Alguns não conseguem nem sequer parar

O futebol começa o ano novo apaixonado. Cheio de choros, despedidas, reviravoltas, declarações de afeto. No futebol mundial, o amor está no ar.

O goleiro Marcos, um dos maiores ídolos da história palmeirense, anunciou que vai parar. Embora ele já estivesse "aposentado" havia tempos, a notícia causou um luto imenso à sua torcida e emocionou até dirigentes, jogadores e fãs rivais. Marcos tem no histórico de amor com o Palmeiras uma recusa de milhões para jogar pelo Arsenal, por preferir ficar e jogar a Série B pelo clube. Aos 38 anos, no time desde 1992, ele já ganhou livro e vai virar filme e busto. Apelidado de "Santo", será homenageado até com procissão.

No domingo, a Inglaterra boleira ficou chocada quando soube, na manhã do clássico de Manchester, que o meia Paul Scholes, 37 anos, 17 de United, desistiu da aposentadoria anunciada em maio para voltar a jogar pelo time. Do banco de reservas, saiu para o jogo em que seu clube eliminou o City da Copa da Inglaterra.

Famoso pela timidez e cara séria, ao entrar na partida exibiu sorriso raro. Na TV, um torcedor foi flagrado emocionado. Scholes ama o United. O United ama Scholes de volta.

Ainda na Inglaterra, o atacante francês Thierry Henry confirmou uma volta por dois meses ao Arsenal, clube do qual foi ídolo de 1999 a 2007. Jogador do New York Red Bull, time da liga americana, Henry abdicou de suas férias para voltar ao clube de Londres. "Sei que é surreal. Mas, quando o assunto é o Arsenal, o meu coração é quem fala."

Antes que alguém diga que isso é coisa do passado, ou de "jogadores passados", que tal o sincero amor do melhor jogador de futebol do mundo por seu clube?

Correu os blogs esportivos na semana passada uma tocante foto de Messi, 24 anos, tirada em 2011. A imagem não condiz com aquele que foi eleito ontem o melhor jogador do mundo pelo terceiro ano consecutivo. Na tal foto, Messi aparece chorando, inconsolável. Foi um clique no vestiário logo após a derrota para o Real Madrid na final da Copa do Rei. A nós, humanos, não parece que ele, que já ganhou tantas vezes do Real antes e depois dessa partida, tem esse direito de chorar por causa de um "mero" revés. Mas o craque ama o Barcelona e já diz que só sai de lá se o Barça não o quiser.

Quando um grande e adorado jogador deixa o time pelo qual joga, costuma-se dizer como consolo para as torcidas na fossa que "jogadores entram e saem, mas a camisa fica. A vida continua".

Mas, para jogadores como Messi, Henry, Scholes e Marcos, a coisa não é tão simples assim.

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