Teixeira usa reunião para mostrar força

A licença de Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do COL, acaba na semana que vem. Na próxima quarta-feira, dia 19, o cartola se reúne no Rio com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

Trata-se de encontro para que governo e COL apresentem à Fifa o andamento de obras relativas ao Mundial. Na última vez em que esteve no Brasil, no ano passado, Valcke criticou aeroportos e chamou de pesadelo o trânsito de São Paulo.

Até lá, deverá ser anunciado o novo integrante do conselho do COL, que trabalhará com Ronaldo.

Teixeira quer usar a reunião para mostrar que tem força política. O cartola não desfruta de trânsito com a presidente Dilma Rousseff e está em guerra não declarada com o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

O dirigente aposta em seu bom relacionamento com Aldo Rebelo e na força que ainda tem na Câmara e no Senado (a bancada da bola) para sobreviver às pressões para deixar o cargo no COL.

"Queira ou não, ele sempre trabalhou bem em Brasília, com parlamentares e no Executivo", lamentou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), inimigo declarado de Teixeira. "Seria importante o afastamento dele."

Em nota enviada à Folha, o Ministério do Esporte afirmou que "mantém relação de cooperação" com Teixeira. No entanto, diz ainda não ter recebido o convite para a reunião do dia 19.

Teixeira e o COL não quiseram comentar a reunião de Romário com Blatter. Por meio de assessoria, Romário disse ter citado Teixeira apenas para dizer que conseguiu doação de 32 mil ingressos para deficientes. (MF)