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Alvará que apressa obra exige estudo

PALMEIRAS Segundo promotoria, mudanças na arena pedem revisões

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Palmeiras e WTorre, empresa responsável pela obra da Arena Palestra, aguardam as medidas prometidas pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) que agilizariam a conclusão do novo estádio.

No entanto, o Ministério Público já advertiu que, caso as promessas sejam cumpridas pelo prefeito, a obra precisará de novos estudos de impacto de vizinhança e, principalmente, de trânsito.

No dia 27 de dezembro, Kassab visitou a arena e perguntou o que poderia fazer para ajudar o Palmeiras. Ouviu dois pedidos. O primeiro: alterar o alvará, mudando-o de reforma para construção.

Com isso, a WTorre poderia derrubar imediatamente uma arquibancada que só está de pé pois o alvará é de reforma. Ou seja, ao menos uma parte do estádio precisa ficar intacta. Caso a arquibancada seja derrubada, a obra ganharia tempo e economia.

A outro pedido foi para o prefeito mudar legislações e assim permitir que a arena tenha 3.000, e não 2.000 novas vagas de estacionamento.

O promotor de Habitação e Urbanismo José Carlos Freitas, que estuda o caso e move Ação Civil Pública por conta de supostas irregularidades, diz que as duas ações do prefeito são cabíveis, desde que o projeto seja revisto.

"O problema é o impacto que isso vai causar. O estudo de impacto de vizinhança foi subdimensionado. O empreendimento é um polo gerador de tráfego", disse o promotor.

"Cada metro de área construída tem uma quantidade de vagas de estacionamento", contou. Segundo Freitas, a promotoria também observa a questão da permeabilidade do solo daquela área.

"Apenas 20% da área do estádio é permeável. O mínimo exigido por lei é 40%. Com uma nova área de estacionamento, o deficit aumentará ainda mais", completou.

Rogério Dezembro, diretor de novos negócios da WTorre, disse que a previsão inicial da entrega da arena -abril de 2013- será atrasada, mas continuará no prazo acordado em contrato. "A obra tem desafios técnicos de demolição, limpeza de subsolo, a restrição de não poder ter um terceiro turno", disse.

Segundo o executivo, o atraso independe das promessas feitas por Kassab.

"Se os benefícios vierem, ganharemos tempo. Mas a obra para de pé com base na realidade atual", disse Dezembro, que evitou calcular quanto as obras serão aceleradas caso Kassab consiga alterar a natureza do alvará.

"Temos que investir recursos financeiros para reforçar algo [a arquibancada de pé] que não será utilizado."

Sobre a promotoria, Dezembro disse que a WTorre segue o projeto atual.

"Não estamos fazendo nada que não seja acordado com o Ministério Público. O que a gente se pergunta é por que alguns empreendimentos têm tanta flexibilidade e, para nós, não há nenhuma. Mas sem problemas."

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