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Memória

Estádios que sediaram partidas da Copa de 1950 caem no ostracismo e se veem ofuscados pelas novas arenas de 2014

Jefferson Bernardes/Folhapress
Estádio dos Eucaliptos, em Porto Alegre, completamente abandonado
Estádio dos Eucaliptos, em Porto Alegre, completamente abandonado

RENATO MACHADO
DE BRASÍLIA

O mesmo país que vê a construção das arenas da Copa-14 esquece, gradativamente, dos estádios do primeiro Mundial no Brasil.

Um a um, os palcos de 1950 estão caindo no ostracismo, quando não desaparecendo.

Só o Maracanã voltará a receber a Copa. Mesmo sem ver futebol há dois anos, devido à reforma, será o palco da final de 2014. Essa situação, no entanto, não se repete nas outras cinco sedes de 1950.

Após décadas de abandono, o Eucaliptos, em Porto Alegre, foi vendido e vai virar um condomínio residencial. O estádio foi a casa do Internacional entre 1931 e 1969, mas caiu em desuso com a inauguração do Beira-Rio.

"Houve uma tentativa de resgatar o Eucaliptos, com um amistoso em 1999, mas o momento do Inter era difícil, quase sendo rebaixado", disse Delene Gastal, coordenadora do setor de pesquisas do museu do clube gaúcho.

Na Copa, não houve grande euforia com as duas partidas realizadas: o México jogou contra Iugoslávia e Suíça. "Os jornais diziam: 'O público que ninguém viu'".

Em Curitiba, os jogos foram no Durival Britto, hoje do Paraná Clube, da Série B. O estádio foi o principal do Estado por quase 20 anos.

Como tinha capacidade para menos de 15 mil torcedores, chegou a ser usado apenas como centro de treinamento do Paraná, que não pode mandar seus jogos ali após o Estatuto do Torcedor.

Os jogos voltaram após obras em 2006, mas não houve como competir com a Arena do Atlético-PR pela Copa.

O Independência, em Belo Horizonte, foi construído para a Copa-1950, mas acabou renegado com a inauguração do Mineirão, 15 anos depois.

O estádio era do 7 de Setembro, que, em dificuldades, decidiu repassá-lo. Cruzeiro e Atlético-MG não quiseram. Ficou com o América.

Após obras de modernização, o Independência vai receber jogos do América e dos dois grandes mineiros até o fim da reforma do Mineirão.

A Ilha do Retiro também perdeu a Copa, apesar de ser referência em Pernambuco. Suas condições estruturais inviabilizaram a candidatura. Nova arena será erguida.

O próximo candidato a cair no esquecimento, ainda que relativo, é o Pacaembu. Corinthians e Palmeiras, com novas arenas, não devem mais jogar no estádio de 1940.

"Gastamos mais de R$ 400 mil por mês para conservar o estádio, e tudo vem do futebol. Precisamos pensar em nova forma de receita", disse Bebetto Haddad, secretário municipal de Esportes.

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