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Tostão

Fim da dupla de ataque

O antigo ponta de lança, segundo atacante, artilheiro, joga hoje pelo lado ou de meia de ligação

Não são apenas os treinadores, de todo o mundo, que estão entusiasmados com o esquema da moda (4-2-3-1), que já está ficando velho, com dois volantes, uma linha de três jogadores e um centroavante. Vários comentaristas acham que todos os times jogam dessa forma. Enxergam o que querem.

Se os dois jogadores pelos lados tiverem mais características de meias, não há diferença entre o 4-2-3-1 e o antigo 4-4-1-1, uma variação do 4-4-2.

Se tiverem mais características de atacantes, é mais correto dizer que o time joga no 4-2-1-3 -são três atacantes-, uma variação do tradicional 4-3-3. Pouco se muda. Os números não têm importância.

Essencial é saber as características dos jogadores, suas melhores posições em campo, com quantos atletas um time ataca e defende, onde começa a marcação, se há poucos ou muitos espaços entre os setores, se a prioridade é a troca de passes e a posse de bola ou as jogadas longas e as bolas aéreas, e vários outros detalhes.

A antiga dupla de atacantes está chegando ao fim. Os jogadores atuais, com características de pontas de lança, segundos atacantes, artilheiros, como foram Zico, Pelé e tantos outros, atuam pelos lados ou são meias de ligação.

São funções e posições diferentes.

Messi fez o caminho inverso. De jogador pelo lado, em uma linha de três atacantes, passou, por orientação de Guardiola, a atuar mais pelo meio, mais livre e mais próximo do gol, como os antigos pontas de lança. Aí, tornou-se espetacular.

Há mais de um ano, escrevi que Lucas lembrava Jairzinho, o furacão da Copa de 1970, por causa da mobilidade, da velocidade, da força física e da ótima finalização.

Na seleção, Jairzinho jogava pela direita, entrando pelo meio, onde fazia os gols. No Botafogo, era ponta de lança, ao lado de Roberto. Rogério era o ponta. Jairzinho nunca foi um típico ponta, como Garrincha.

Lucas pode também atuar dos dois jeitos, pela direita, entrando em diagonal pelo meio, desde que não passe a maior parte do jogo aberto e marcando o lateral, como tem feito, ou mais livre, mais próximo do centroavante e do gol, como um ponta de lança. Nos dois últimos jogos do São Paulo e em várias outras ocasiões, ele só brilhou nos minutos em que atuou dessa forma.

Para se tornar um craque, como Jairzinho, que ainda está longe de ser, Lucas, entre tantas coisas, tem de encontrar seu lugar, uma referência, para, daí, movimentar-se e decidir partidas, contra fortes equipes.

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