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Violência no futebol tem relação com revolução que tirou ditador do poder

DE SÃO PAULO

A violência dos torcedores egípcios no futebol tem relação com a Primavera Árabe que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak. A queda dele intensificou os confrontos em estádios no país.

Os hooligans (torcedores violentos) dos dois principais times do Cairo, Zamalek e Al Ahly, estavam na linha de frente do movimento na praça Tahrir contra o regime. O Al Ahly estava envolvido na tragédia de ontem.

Rivais, as torcidas organizadas dos dois clubes têm como inimigo comum a polícia, principal protetora do ex-ditador, que reprimia cantos e bandeiras nos estádios.

Membros dos Ultras do Al Ahly, maior organizada do time, relataram que havia entre 10 mil e 15 mil torcedores nos combates na praça.

Com a queda de Mubarak, a repressão dos policiais aos fanáticos se arrefeceu. Houve relaxamento nas revistas nos estádios, segundo relatos dos próprios torcedores.

Isso levou políticos a acusar aliados do ex-ditador de contribuir para a tragédia no estádio de Port Said.

"Essa tragédia é um resultado da intencional relutância da polícia e do exército", afirmou Essa El Erin, membro da Irmandade Muçulmana, opositora a Mubarak. Políticos de Port Said fizeram coro a sua acusação.

De fato, o número de casos de violência nos estádios aumentou após a queda do ditador, em 2011. Fãs do Zamalek, por exemplo, agrediram jogadores e rivais de um time tunisiano em jogo no Cairo.

Em setembro, os Ultras do Al Ahly enfrentaram policiais em partida no Cairo, o que resultou em 113 feridos.

Esse grupo de torcedores do Cairo também é rival de fanáticos de outros locais, como os do Al Masry, de Port Said, com quem brigaram ontem. Em maio do ano passado, torcedores do Al Masry usaram violência para impedir que rivais do Al Ahly desembarcassem na estação de trem em Port Said.

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