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Crise econômica leva COI a dar dinheiro extra para preparação de atletas

DE SÃO PAULO

Por conta da crise econômica mundial, o COI (Comitê Olímpico Internacional) teve que dar uma ajuda financeira extra para a preparação de atletas para os Jogos Olímpicos de Londres-2012.

Foram dados US$ 100 mil (R$ 174 mil) para cada um dos cerca de 200 comitês olímpicos nacionais ligados ao COI. O que representa contribuição adicional de cerca de US$ 20 milhões (R$ 34 milhões).

Foi um repasse de dinheiro excepcional, e apenas neste ano, após cartolas do COI avaliarem o impacto da crise financeira sobre o esporte.

"Esses fundos são primeiramente para contribuir para a preparação dos atletas para a Olimpíada, mas também para auxiliar os comitês a cobrir suas necessidades globais para cumprir os seus deveres", afirmou a assessoria do órgão internacional.

Essa ajuda vem se juntar aos repasses que já eram

feitos pelo COI para os seus afiliados nacionais.

Esse tipo de ajuda cresceu em 27% no último ciclo olímpico (2009-2012) em relação ao anterior (2005-2008). Atingiu um total US$ 311 milhões (R$ 540 milhões) nos últimos quatro anos.

Nesse valor estão incluídas bolsas para atletas e treinadores, pagas diretamente a eles para incrementar seus treinamentos. São 591 esportistas beneficiados.

O montante é uma forma de o COI distribuir sua receita de mais de US$ 1 bilhão por ano. Afinal, ganha com a competição que reúne modalidades empobrecidas.

Estudos feitos pelo próprio comitê mostram que a maioria dos esportes olímpicos, fora do período dos Jogos, não é viável financeiramente. Isso se agravou com a crise.

Mais rico entre seus pares, o Comitê Olímpico dos EUA teve que se esforçar para superar a perda de parceiros de longo prazo, como a GM e a Kodak, com problemas financeiros. Cortou pessoal para manter o investimento em atletas. E, após longas negociações, conseguiu repor os patrocínios -tem 19.

Mas isso não impediu que a equipe de atletismo de Maryland, histórica pela formação de esportistas de elite dos EUA, tenha seu fim previsto justamente para o mês de início da Olimpíada de Londres -de 27 de julho a 12 de agosto- por cortes no orçamento da universidade.

Locais em que o esporte é patrocinado pelo Estado também sofreram. É o caso da Inglaterra, sede da Olimpíada.

Em 2009, o país estabeleceu um corte de cerca de 30% no orçamento anual para a preparação de atletas.

"Qualquer coisa que se faça de corte terá grande

impacto na capacidade de conseguirmos medalhas", declarou Ed Warner, chefe do atletismo britânico.

Principal mesa-tenista inglês, Steen Hansen disse que os cortes financeiros acabaram com as chances de medalhas em seu esporte.

Outros países europeus com forte financiamento estatal também sofreram quedas em orçamentos olímpicos.

(RODRIGO MATTOS)

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