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Londres é aqui

Em preparação para Mundial de boxe, britânicas desembarcam no Brasil e sofrem com o português

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

As britânicas da equipe olímpica feminina de boxe se entreolharam com certo ar de estranhamento quando foram saudadas em português pela comissão técnica do Brasil, na última terça, em ginásio na zona sul de São Paulo.

Era o final do primeiro dia de treinos das europeias no país. Por iniciativa da própria GB Boxing (associação britânica de boxe amador), a equipe olímpica do Reino Unido desembarcou no Brasil em mais uma etapa de preparação para o Mundial na China, que começa no dia 21 de maio e é classificatório para os Jogos Olímpicos de Londres.

Os visitantes dizem ter vindo com o intuito de aprender. Mas, logo no primeiro dia, sentiram que terão dificuldades com a língua. "Vai ser complicado", admitiu Nicola Adams, boxeadora inglesa.

Ninguém na equipe brasileira sabe falar inglês fluentemente. E as britânicas não entendem uma única palavra em português.

A saudação feita pela comissão técnica anfitriã, por exemplo, teve de ser traduzida por um jornalista que estava no ginásio no dia da chegada das britânicas.

Até o médico da CBBoxe (Confederação Brasileira de Boxe), Bernadino Santi, ajudou com seus conhecimentos de inglês e espanhol.

Além das europeias, a equipe argentina também participa do período de treinamentos em São Paulo.

Durante a execução dos exercícios, as britânicas hesitavam a cada explicação em português do auxiliar técnico do Brasil, Mateus Alves.

"Não tem problema se não entender português, jab é jab em qualquer idioma", disse, referindo-se a um dos movimentos básicos do boxe.

"Aqui, nós vamos falar a linguagem do boxe, que é universal", defendeu Cláudio Aires, treinador do Brasil.

Os problemas de comunicação poderão ser resolvidos nas próximas duas semanas, período em que ficarão na cidade. A cada dia, os técnicos dos três países se revezam no comando dos treinos.

"Se pelo menos fosse em espanhol, ficaria mais fácil", afirmou Roseli Feitosa, campeã mundial em 2010 na categoria até 81 kg.

David Alloway, um dos dois técnicos do time do Reino Unido, disse que a barreira da língua já era esperada, mas não vai atrapalhar. "Viemos para aprender e trocar experiência, mas vamos seguir nosso cronograma de treinos normalmente."

Alloway garante estar impressionado com a estrutura de treinamento oferecida no Brasil. "É quase igual à que temos em Sheffield, onde preparamos nosso time olímpico", declarou o técnico.

Os boxeadores nacionais treinam em um ginásio no Clube Escola Santo Amaro.

O local possui um ringue com dimensões oficiais feito pelo próprio técnico Claudio Aires, 23 sacos de boxe, além de aparelhos de musculação.

A parte física do treinamento, no entanto, as britânicas farão em separado.

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