Preço do sucesso

O São Paulo virou líder do Paulista após quatro vitórias e um empate. O ataque é dos melhores: 13 gols. O time empolga a torcida com atitude diferente da adotada na apática temporada passada.

O São Paulo de 2012, que enfrenta hoje o Comercial, às 21h50, no Morumbi, é brigador e não costuma desistir fácil de uma jogada. Mas anda pagando preço alto por isso.

Também é o grupo de atletas que mais frequentou o departamento médico neste ano. Após apenas cinco jogos na temporada, toda a defesa titular está ou já esteve no estaleiro. A baixa mais recente foi o lateral direito Piris, que teve lesão muscular, foi cortado da partida de hoje e é dúvida para o clássico de domingo contra o Corinthians.

O lateral esquerdo Cortez, embora não tenha deixado de jogar por problema físico, chegou a ser poupado de um treino porque a comissão técnica temia uma contusão.

"Estamos nos esforçando, dando o máximo em campo e, às vezes, tem lesão", disse o zagueiro e capitão são-paulino Rhodolfo, que também já sofreu com desgaste físico e apenas recebeu a braçadeira por causa das contusões de Rogério e Luis Fabiano, líderes que estão acima dele na hierarquia do elenco.

"Estamos jogando quarta, quinta, fim de semana. Queira ou não queira, o cansaço vem. Por isso aparecem essas lesões", afirmou o zagueiro. "Ainda bem que estamos vencendo. Duro seria se tivesse machucando e perdendo."

Para evitar mais lesões musculares, o técnico Emerson Leão se viu obrigado a poupar titulares, mesmo ainda no começo do Paulista.

Hoje, por exemplo, o volante Wellington, titular em todas as partidas até aqui, ficará de fora. Na avaliação do treinador, ele é um dos que mais se entregam em campo.

"Ele se desgasta muito, joga no limite máximo", afirmou Leão, que também temia uma suspensão do volante, pendurado com dois cartões.

Com sua saída, Leão treinou o meio-campo em formação ofensiva com Casemiro como primeiro volante. Na lateral direita, porém, como Piris não tem um reserva no elenco, o zagueiro João Filipe será improvisado no setor.

Rhodolfo teme o desentrosamento após as mudanças.

"Estou mais acostumado com Wellington. Talvez falte entrosamento ali com o Casemiro, mas o melhor entrosamento é a conversa", disse.

"O time está mudando bastante por causa das lesões. Eu acho bom quando você tem um time apenas, mas o Leão está tendo que mudar. Temos que conversar para nos entrosar melhor para os jogos."

O capitão espera que a vinda de jogadores novos, como o atacante Osvaldo, que foi relacionado e deve estrear hoje, dê novo fôlego ao elenco.

"O grupo está se fortalecendo, encorpando."