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Eleição no clube repete a presidencial

CORINTHIANS
Gobbi pega carona na popularidade de Andres Sanchez

MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

Os sócios do Corinthians decidem amanhã quem será o presidente do clube nos próximos três anos: o situacionista Mario Gobbi, 50, delegado da Polícia Civil de São Paulo, ou o oposicionista Paulo Garcia, 57, empresário. dono das lojas Kalunga.

Seja qual for o resultado, haverá mudança de estilo em relação ao do atual presidente. Por perfil, nenhum deles será tão articulado politicamente quanto Andres Sanchez, que deixa o cargo.

O atual mandatário não teve pudores de recorrer ao ex-presidente Lula para fazer a Odebrecht baixar o preço do Itaquerão. Aliou-se a Ricardo Teixeira e à Globo para implodir o Clube dos 13 e arrumar um contrato mais lucrativo para seu clube.

A eleição no Corinthians repete, a grosso modo, o que ocorreu na eleição presidencial do ano passado, quando Dilma Rousseff se elegeu apoiada por Lula.

Andres lançou um candidato com pouco "lastro eleitoral", para usar a expressão corrente no Parque São Jorge. Mario Gobbi, ex-diretor de futebol, tinha menos popularidade que outros integrantes de seu grupo político.

Acabou indicado por ser aliado antigo de Andres e também por contar com menos rejeição do que outros potenciais candidatos. A carreira de delegado e a passagem recente pela diretoria de futebol do clube ajudaram.

Em sua campanha, Gobbi abusa da associação à imagem de Andres Sanchez.

Foi na gestão dele, afinal, que o Corinthians finalmente começou a construir um estádio e inaugurou um CT digno do nome -obras inéditas num clube centenário.

Do outro lado, a oposição se esforça para não atacar Andres. As maiores críticas são ao aumento da dívida, que cresceu muito sob a atual diretoria e alcançou aproximadamente R$ 180 milhões.

Garcia também ataca o abandono das categorias de base, algo admitido pelo próprio Andres, mas que o recente título da Copa São Paulo tratou de amenizar.

Quem vencer a eleição de amanhã provavelmente estará sentado perto de Dilma Rousseff e Joseph Blatter no jogo de abertura da Copa do Mundo, a ser disputado no novo estádio do Corinthians.

São cerca de 11 mil os sócios que podem votar, mas os dois lados têm estimativas semelhantes sobre o número de eleitores: entre 2 mil e 3 mil. Após a contagem dos votos, o eleito assume a presidência imediatamente.

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