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Jogo aéreo prevalece no Estadual

PAULISTA
Quase 23% dos gols até agora no torneio foram de cabeça, e 20%, de bola parada

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Os jogos do Campeonato Paulista-2012 até parecem saídos do antigo futebol inglês.

Assim como nas equipes e seleções britânicas de um passado não muito distante, as jogadas aéreas se tornaram a principal arma ofensiva dos clubes de São Paulo.

Quase um quarto dos 206 gols marcados nas sete primeiras rodadas do Estadual deste ano nasceram de cabeçadas: 47, ou 22,8% do total.

Desde que o Datafolha começou a contabilizar esse fundamento, em 2005, nunca os tentos de cabeça tiveram papel tão essencial.

Naquele ano, as finalizações por cima representaram somente 16,2% de todos os gols anotados nas primeiras 70 partidas da competição.

Boa parte desses gols de cabeça teve início em cobranças de faltas e escanteios. Não à toa, a bola parada indireta (que inclui rebotes e cruzamentos) também bate recorde de importância neste início de 2012 -41 tentos tiveram essa origem, 19,9%.

"O nível técnico caiu. As equipes estão piores. A bola parada representa uma necessidade. Quem tem bons cabeceadores e um cara que bate bem na bola leva vantagem. É esse o diferencial de hoje, já que todo mundo está igual", explicou o técnico do São Paulo, Emerson Leão.

E engana-se quem pensa que esse tipo de jogada é recurso mais comum nos times pequenos, que, em tese, possuem um número menor de atletas de técnica refinada.

Os dois clássicos do ano em São Paulo foram decididos em lances de bola parada e cabeçadas para o gol.

O próprio time de Leão perdeu para o Corinthians, no último domingo, depois de um escanteio completado na segunda trave por Danilo.

Uma semana antes, até Neymar, o jogador com mais recursos técnicos de sua geração, precisou da cabeça (ou no seu caso, do moicano) para marcar contra o Palmeiras.

O Santos perdeu o clássico por 2 a 1, e o time alviverde também fez um gol pelo alto.

A boa fase da equipe dirigida por Luiz Felipe Scolari, que ontem à noite retomou a liderança ao bater o Guaratinguetá por 3 a 2, depende da precisão dos cruzamentos de Marcos Assunção.

O Palmeiras acumula oito gols de cabeça e o nove de bola parada no campeonato, incluindo o pênalti convertido ontem por Barcos. Ocupa a liderança dos rankings dos dois fundamentos.

A dependência desses lances é reconhecida pelos próprios jogadores do elenco. Nesta semana, o atacante Maicon Leite admitiu que costuma provocar faltas nos arredores da área adversária.

"É lógico [que a campanha positiva palmeirense é um sintoma do sucesso da bola parada no campeonato]. Eles têm as peças para fazer isso", falou o técnico são-paulino.

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