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Edgard Alves

Obstáculo comum

Completas, as duas seleções de basquete do país podem triunfar, mas dependem de quem vem de fora

Nos três últimos ciclos olímpicos -Sydney, Atenas e Pequim-, apenas o time feminino representou o basquete brasileiro na Olimpíada. Finalmente, em Londres, em julho, as duas equipes nacionais da modalidade voltam à quadra para resgatar o prestígio que já desfrutaram tempos atrás, quando subiram no pódio. Coincidentemente, ambas têm um obstáculo comum: contar com atletas que atuam no exterior, ou seja, dependem do empenho da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) nas negociações com os "estrangeiros".

Completas, as duas equipes têm chances de sucesso, e, no masculino, até de pódio.

Os Jogos de Londres marcam as apostas da CBB, no feminino, com um técnico "estreante", Luiz Cláudio Tarallo, 45, respaldado por êxitos com seleções de base, e, no masculino, com o comando do experiente técnico argentino Rubén Magnano, 56, ouro na Olimpíada-2004 e vice no Mundial-2002 com a seleção do seu país.

O time feminino vem de campanhas olímpicas consecutivas desde 1992, quando estreou no evento. Nessa trajetória, arrebatou a prata em Atlanta-1996 e o bronze em Sydney-2000.

Naquelas campanhas, precedidas pelo título mundial na Austrália-1994, Hortência, Paula e Janeth, consagradas internacionalmente, estrelavam o time.

Com o afastamento delas e de outras atletas daquela época, a renovação não acompanhou o nível técnico, e a seleção ainda ficou carente de liderança na quadra.

Desde a última Olimpíada, a seleção feminina promoveu uma dança de técnicos. Em Pequim-2008 ficou em 11º lugar dirigida por Paulo Bassul, substituído na sequência pelo espanhol Carlos Colinas (nono no Mundial), trocado por Ênio Vecchi, que classificou o time para Londres-2012, mas fracassou no Pan de Guadalajara, em 2011. Tarallo, que rende Vecchi, tem prováveis convocadas no exterior, como Érika, Damiris, Franciele e Adrianinha. O perfil de Tarallo, especialista no trabalho de base, torna evidente que a meta real é a Rio-2016, não Londres.

Já na seleção masculina, Magnano, no cargo desde 2010, precisa dos reforços da NBA, a liga profissional da América do Norte, a mais importante do planeta. Mesmo que consiga, os jogadores chegarão exaustos, pois a liga, para compensar o tempo perdido na greve, reduziu o número de confrontos, mas não o suficiente para tornar suave a grade de jogos. Lá estão Leandrinho, Varejão, Splitter e Nenê. E, na Espanha, estão Rafael Hettsheimeir e Marcelo Huertas. Com eles, e se conseguir treinar, dá para sonhar com medalha.

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