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Iziane troca Olimpíada por liga dos EUA

BASQUETE
Salário em dólar deve tirar atleta da seleção mais uma vez

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

Entre o prestígio de disputar uma Olimpíada com a seleção brasileira ou um salário em dólar na WNBA, liga americana feminina de basquete, a ala-armadora Iziane, 29, está muito perto de ficar com a segunda opção.

Em meados de abril, a jogadora, cestinha da LBF (Liga de Basquete Feminino) pelo Maranhão Basquete, deve ser convocada pelo técnico Luiz Cláudio Tarallo para mais de dois meses de treinos da equipe nacional na preparação para Londres-2012.

No mesmo período, estará em curso a temporada da liga profissional dos EUA. Iziane negocia um contrato de três anos com o Seattle Storm, atual campeão, clube que já defendeu de 2005 a 2007.

O acordo com a equipe da Conferência Oeste deve ser de um salário anual de mais de US$ 101 mil (cerca de R$ 173 mil), o teto salarial da WNBA. As temporadas duram, em geral, de quatro a cinco meses.

"O que estou vendo neste momento é a parte financeira", disse à Folha, por telefone. Quando perguntada sobre o prestígio que teria por jogar uma Olimpíada, a maranhense respondeu: "Só o prestígio não vai pagar as minhas contas no final do mês".

Iziane faz planos de ir para Seattle e atuar em um dos times mais fortes da liga, que conta com a pivô australiana Lauren Jackson e a armadora americana Sue Bird.

"Gosto do time, tem chances de ser campeão, a cidade é ótima, e a comida de Seattle também", declarou.

"Mas ainda não tomei a decisão final. Com certeza farei o que for melhor para mim, Iziane", disse a jogadora.

A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) sabe da pretensão de Iziane de disputar mais uma temporada nos Estados Unidos em detrimento dos Jogos de Londres.

A ex-jogadora Hortência, atual diretora do departamento feminino da confederação, disse que conversa sobre Olimpíada com Iziane desde o Pan de Guadalajara, em outubro do ano passado.

"Tenho fé que a Iziane vai treinar desde o começo. A CBB está fazendo sua parte. Converso muito com ela, fui ao Maranhão continuar o papo. Mas não posso obrigá-la a jogar pelo Brasil", disse.

A dirigente evita criticar Iziane. Prefere culpar a falta de boas atletas com nível técnico para serem convocadas.

"Iziane não está errada. Deveríamos ter feito mais jogadoras com nível para a seleção. Ficamos à mercê das decisões da atleta e temos que respeitar", declarou.

A relação da ala com a seleção é espinhosa desde 2008, quando discutiu com o então técnico Paulo Bassul e ficou de fora de Pequim-08.

Em 2011, Hortência liberou Iziane de disputar o Pré-Olímpico, em setembro do ano passado, na Colômbia.

Na contramão da ala, a pivô Érika abriu mão da WNBA neste ano para cumprir a agenda de treinos da seleção.

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