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Tostão

Há também coisas boas

Espanha e Alemanha, as duas melhores seleções do mundo, também têm deficiências

Nunca escrevi que um time deve ter apenas um marcador no meio-campo. Repito, prefiro uma equipe com apenas um volante e dois armadores que marcam e avançam a ter dois volantes só para marcar e um meia só para criar, como jogam quase todos os times brasileiros. Com um volante e dois armadores, são três na marcação, em vez de dois, e dois armadores criativos, em vez de um.

Ganso, por orientação de Muricy, tem atuado em um espaço maior, de uma intermediária à outra, revezando-se com Arouca na marcação e na armação. Se Ganso conseguir se adaptar, ficará mais completo.

Na terça-feira, o Brasil enfrenta a Bósnia-Herzegóvina, na Suíça. Quando critico a seleção e as equipes brasileiras, não quero dizer que tudo no futebol brasileiro está péssimo, e na Europa, ótimo. Há também chutões, times, técnicos e jogadores fracos na Europa, mesmo em alguns grandes clubes. Existem partidas de boa qualidade no Brasil, como o último Vasco x Flamengo. Independentemente dos outros, o Brasil precisa melhorar e mudar a maneira de jogar.

As duas melhores seleções do mundo, Alemanha e Espanha, possuem deficiências. A Espanha não tem hoje um único ótimo atacante. Os zagueiros da Alemanha são razoáveis. Brasil e Argentina devem evoluir até o Mundial. A Argentina é superior ao Brasil do meio para frente, e o Brasil, muito melhor do meio para trás.

O Brasil possui um dos melhores zagueiros do mundo (Thiago Silva) e os dois melhores laterais. Uma opção tática, para aproveitar a enorme eficiência ofensiva de Daniel Alves e Marcelo, seria adiantá-los e colocar um terceiro zagueiro. O time ficaria mais ofensivo.

Na Olimpíada, o Brasil é favorito, ainda mais com os três acima de 23 anos. Será quase a seleção principal. Nas seleções olímpicas da Europa, são raros os jovens que já são destaques nos grandes times. Além disso, não costumam levar os três acima dos 23 anos.

Ronaldinho, por estar mal, atuar como se estivesse no fim de carreira, concentrar demais as jogadas, segurar a bola, atuar em pequenos espaços, ser facilmente anulado, não participar da marcação e tirar o lugar de um jovem que precisa jogar para evoluir, não deveria ser convocado. Nada muda se ele brilhar no amistoso. Dizer que Ronaldinho, por ser mais experiente, vai orientar os mais jovens é papo furado. Ele nunca fez isso.

Como disse o escritor Pedro Nava, experiência é como o farol, iluminando para trás. Na frente, continua tudo escuro.

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