Juan é alvo de racismo em Roma

Gabriel Bouys/France Presse

André Dias, da Lazio, ajuda Juan, da Roma, a se levantar no clássico da capital italiana

O zagueiro brasileiro Juan, da Roma, foi alvo de ofensas racistas que quase provocaram a suspensão do clássico entre seu time e a Lazio, ontem, na capital italiana.

No começo do segundo tempo, o defensor se revoltou com um coro dos torcedores da Lazio e chegou a fazer gestos pedindo silêncio em direção às arquibancadas.

Após a reclamação de Juan, o árbitro Mauro Bergonzi chamou o capitão da Lazio, Stefano Mauri, e o avisou que o jogo seria suspenso caso os gritos racistas continuassem.

As ofensas só terminaram depois que o serviço de som do estádio Olímpico avisou que o clube é responsável pelo comportamento de sua torcida e poderia ser punido.

"É um absurdo, e uma coisa como essa não pode voltar a acontecer com ninguém. Alguma providência tem que ser tomada, mas, sinceramente, tenho pena dessas pessoas que tem algum tipo de preconceito", disse Juan.

Os ultras, grupos organizados com os torcedores mais radicais da Lazio, são fortemente identificados com o movimento fascista. O ditador Benito Mussolini era torcedor "laziale", e seu filho presidiu a agremiação.

A Lazio venceu o clássico por 2 a 1, com direito a pênalti convertido por Hernanes, e ocupa a terceira colocação do Italiano, a última que dá vaga para a próxima edição da Copa dos Campeões. Milan e Juventus disputam a ponta.