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Recado

Após licença de Teixeira, ministro do Esporte lembra que não pode intervir na CBF devido à autonomia das entidades esportivas

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Um dia depois de Ricardo Teixeira pedir licença da presidência da CBF, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, lamentou ontem não poder intervir na entidade que controla o futebol brasileiro.

Após visitar as obras do Maracanã, Rebelo lembrou que não tinha poderes para interferir na administração da CBF, mas deixou escapar sua opinião sobre uma intervenção no comando dela.

"Isto tem que ser feito pelas federações, que participam da administração da entidade. O governo, não digo lamentavelmente porque já é uma opinião, não tem como intervir", afirmou Rebelo.

"O sistema esportivo tem completa autonomia no país, e temos que nos relacionar com as entidades", disse.

Anteontem, Teixeira se licenciou por tempo indeterminado do cargo. Isso foi comunicado oficialmente ontem no site da CBF.

No "comunicado da presidência" de apenas duas linhas, Teixeira informava que o vice-presidente José Maria Marin estava designado para substituí-lo "interinamente no exercício da presidência da CBF". Para os dirigentes de federações ele alegou problemas de saúde.

Sua licença pode durar até 180 dias, que podem ser renováveis posteriormente.

Teixeira está acuado pela disputa travada entre a cúpula da Fifa e o governo federal em relação à Copa de 2014.

A Folha revelou a ligação de Ricardo Teixeira com a Ailanto Marketing, empresa acusada de desvio de dinheiro público no amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008.

Fora do país, ele corre o risco de ser expulso da Fifa por suposto envolvimento com o caso ISL, maior escândalo de corrupção da entidade.

O dirigente sofre de diverticulite (inflamação na parede do cólon, ligado ao intestino grosso), é diabético e tem problemas cardíacos.

Com a licença de Teixeira da CBF, o ministro disse acreditar que o dirigente deve se afastar também do COL (Comitê Organizador Local da Copa-14). E não escondeu divergências com o cartola.

"Se ele continuar no COL, vamos ter que administrar possíveis diferenças entre nós, em benefício da Copa."

Apesar do discurso conciliador em relação à Fifa, o ministro do Esporte se recusou novamente a dizer se o governo voltará a negociar com o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, que havia sido vetado após pregar "chute no traseiro" do Brasil.

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