Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Edgard Alves

Longevidade

Hugo Hoyama, 42, avalia ser difícil chegar até os Jogos do Rio-2016. Mas não jogou a toalha

Após ter participado dos Jogos de Barcelona-1992, Atlanta-1996, Sydney-2000 e Atenas-2004, esperava-se pela despedida olímpica do mesa-tenista Hugo Hoyama em Pequim-2008. Quando a seleção do Brasil disputou sua última partida no tênis de mesa na capital chinesa -derrota por 3 a 0 diante da Suécia no torneio por equipes-, eu estava escalado pela Folha para entrevistá-lo. Uma despedida após cinco Olimpíadas despertava interesse.

Mas, quando ele se aproximou, percebi na expressão do seu rosto a ausência de qualquer traço indicando a emoção de uma despedida. E eu estava certo. Bastou ele começar a falar: "Ganhei do décimo do mundo [Chuan Chiyuan], o que mostra que continuo com potencial de jogo. Recebi um telefonema do Nuno Cobra [preparador físico], dando uma bronca. Vou voltar a trabalhar com ele para 2012, treinar forte".

Abri a reportagem assim: "Dos Jogos Olímpicos de Pequim, com um leve descanso, direto para os Jogos Abertos do Interior, competição poliesportiva entre cidades do interior de São Paulo. Depois disso, nem sequer a Olimpíada de Londres-2012 está descartada".

E agora, após assegurar a vaga para os Jogos de Londres, que começam em 27 de julho, Hugo Hoyama, 42, avalia ser difícil chegar até a Olimpíada do Rio-2016. Mas não jogou a toalha, porque, enquanto se sentir bem e tiver condições de competir, disse que vai tentar ajudar o país. Obstinado pelo tênis de mesa, é difícil imaginá-lo longe das raquetes com o evento em casa.

Sem nunca ter ido ao pódio na Olimpíada, Hoyama é destaque nas Américas, onde já conquistou dez medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Ele tem potencial para virar cartola e se preocupa também com o incentivo ao Instituto Hugo Hoyama, com o qual pretende colocar o tênis de mesa dentro das escolas.

Em Londres, Hoyama vai igualar um recorde: o de maior número de participações de um brasileiro em Jogos Olímpicos, seis, marca atingida apenas pelo velejador Torben Grael, fora desta vez.

Outro brasileiro, o cavaleiro Rodrigo Pessoa, 39, também deve alcançar lá a marca de seis Olimpíadas. E tem chance de ir além. No hipismo, a longevidade é ampla. O japonês Hiroshi Hoketu, que completa 71 anos no próximo dia 28, tem vaga em Londres. Ele havia competido nos Jogos de Tóquio-1964, afastou-se e voltou 44 anos depois para ser o mais idoso em Pequim. O hipismo tem a vantagem de que a juventude, fundamental no esporte, vale muito para a montaria, e bem menos para o cavaleiro.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.