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Sem inimigo, Fifa ganha força na Copa

RENÚNCIA
Teixeira perde cargo no Comitê-Executivo da entidade

DE SÃO PAULO

Desafeto de Ricardo Teixeira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, reforça seu poder na gestão da Copa-2014 com a saída do ex-presidente da CBF do COL (Comitê Organizador Local). Explica-se: ao renunciar à confederação, o dirigente tem saída imediata do Comitê-Executivo da Fifa.

Esse é o órgão máximo da entidade, que tem poder decisório sobre todos os assuntos relacionados ao Mundial.

Na prática, pelo contrato da Copa, a Fifa sempre teve a palavra final sobre 2014.

Mas, como membro do Comitê-Executivo, Teixeira poderia apresentar diretamente argumentos da organização brasileira e tentar convencer seus pares na cúpula da entidade internacional.

Um exemplo dessa influência é que foi o COL que articulou e conseguiu o fim da regionalização da Copa e a inclusão de jogos importantes da fase de grupos em cidades como Manaus e Cuiabá.

Agora, as posições do comitê só poderão ser passadas à cúpula da entidade com a intermediação de Blatter e do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que recentemente entrou em embate verbal com o governo brasileiro.

A saída de Teixeira do Comitê-Executivo está prevista pelo artigo 31 do Estatuto da Fifa, item 7, que diz que qualquer membro que não exerça sua "função oficial" será substituído pela confederação ou pela associação. É o que acontece na renúncia.

A CBF ou a Conmebol, a confederação sul-americana, devem indicar seu substituto no comitê. Ainda não há informação sobre a escolha, mas ninguém terá a articulação que Teixeira exercia no órgão desde os anos 90.

A Fifa não quis se pronunciar ontem sobre a saída de Teixeira do comitê. Alegou não ter recebido nenhuma comunicação oficial dele.

"É um problema particular de cada país, de cada confederação, não tenho nada que comentar", afirmou o principal vice da Fifa, o argentino Julio Grondona, à Folha. "É uma decisão particular dele, para cuidar da saúde."

Outros cartolas do Comitê-Executivo contatados pela reportagem não quiseram falar sobre o brasileiro.

Blatter aumentou a pressão sobre Teixeira no final de 2011 e prepara a divulgação do dossiê ISL, maior caso de corrupção da história da Fifa. Isso provavelmente levaria à exclusão do brasileiro, já que seu nome está envolvido, de acordo com a BBC.

Teixeira entrou em rota de colisão com o suíço desde que resolveu apoiar um candidato de oposição na eleição da Fifa, Bin Hammam, do Qatar.

Agora, pelos regulamentos do Mundial, a Fifa pode instalar um escritório ou um subcomitê para lidar com situações de "emergência" da Copa. Suas medidas teriam efeito imediato no evento.

Os contratos do Mundial também preveem intervenções brancas no COL. Não há informações até agora de que isso vá acontecer. (MARTÍN FERNANDEZ E RODRIGO MATTOS)

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