Receita leiloou taça abandonada no Rio

O Brasil não ganhou a Copa de 2006 com a seleção do técnico Carlos Alberto Parreira, mas levou a taça "Fifa Fair Play", dada ao time mais disciplinado da competição.

Quase seis anos depois do Mundial, a CBF descobriu, no entanto, que a Receita Federal levou o troféu a leilão.

A entidade informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só soube do caso porque a pessoa que arrematou a escultura de metal dourada tentou vendê-la, sem sucesso, à própria CBF.

A identidade do vendedor e o valor não foram revelados.

A Receita Federal afirma que o troféu chegou ao Brasil em junho de 2007. Veio de avião como material promocional não tributável, caracterizado como uma escultura dourada de metal.

Ficou, diz a Receita, por três meses à espera de que a CBF fosse ao aeroporto do Galeão, no Rio, retirá-la.

Passado o prazo legal, a taça e um diploma enviado junto pela Fifa foram declarados como bens abandonados pelo órgão em setembro de 2007.

A carga foi despachada da Suíça e declarada sem valor comercial. Por isso, não estava sujeita à tributação.

"O suposto consignatário [destinatário] da carga não compareceu ao aeroporto para reclamar a propriedade dos bens", afirma a Receita, em nota na qual não cita diretamente a confederação.

Segundo o órgão, a entidade foi notificada que os bens haviam sido declarados como abandonados. O leilão da taça ocorreu em 2010.

Procurada novamente pela reportagem para esclarecer se foi avisada do abandono dos bens, a assessoria da CBF não foi então localizada.

Não é a primeira vez que a CBF tem problemas com o Fisco. No retorno ao Brasil após o tetra na Copa dos EUA, em 1994, a delegação trouxe 17 toneladas de bagagens, o "voo da muamba". Os brasileiros haviam embarcado com duas toneladas na ida.

O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi acusado, à época, de ter trazido equipamentos para sua choperia "El Turf". Ele acabou condenado, mas conseguiu a reforma da sentença na Justiça.