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Tostão

Os fantasmas existem

No clássico, Lucas usou muito bem sua velocidade nos contra-ataques. Assim, é mais decisivo

Na semana passada, Chelsea e Napoli parecia um típico jogo brasileiro, truncado, com muitos chutões e bolas aéreas. Já Santos e São Paulo parecia uma partida no estilo das melhores equipes da Europa, com belos lances individuais, muitas trocas de passe e bom futebol coletivo.

Do meio para a frente, Santos e São Paulo representam o que há de melhor no futebol brasileiro, aqui e fora do país.

Neymar é o craque. Lucas e Ganso estão nas seleções olímpica e principal. Luis Fabiano continua no nível dos melhores centroavantes. Não vejo diferença entre Casemiro, Arouca e Denílson e os volantes escalados por Mano. Nenhum é excepcional. Tenho mais esperanças em Casemiro.

Santos e São Paulo representam também as deficiências dos sistemas defensivos e dos defensores dos times brasileiros.

Está muito fácil para os meias e atacantes. Até centroavantes medianos, como Wellington Paulista, têm feito belos lances e gols. As pessoas perdem as referências. Antes da partida contra o Barcelona, Muricy, com sua franqueza, disse, várias vezes, que não sabia qual era o nível do Santos.

Por isso, a seleção deveria enfrentar mais vezes as melhores seleções da Europa. Neymar e Lucas se acostumaram a driblar, com excessiva frequência, por longas distâncias, até o gol. Os dois têm de aprender o momento certo para fazer isso.

Se Neymar e Lucas jogarem juntos na seleção, um de cada lado, terão de participar da marcação, bloquear os avanços dos laterais, para não deixar os dois volantes sobrecarregados. Contra o Barcelona, o Santos jogou com três zagueiros, dois alas, três mais adiantados (Neymar, Ganso e Borges) e apenas dois marcadores no meio. O Barcelona, com mais jogadores nesse setor, colocou os dois na roda.

Contra o Santos, Lucas usou muito bem as jogadas de velocidade nos contra-ataques. Assim, ele é decisivo. Se Mano Menezes quiser aproveitar mais o talento ofensivo dele e de Neymar, sem exigir que voltem para marcar, terá de ter três marcadores no meio-campo, em vez de dois. Um mais recuado, e os outros dois que marcam e avançam. Infelizmente, não temos um grande armador com esse estilo e com mais talento.

Esse armador, defensivo e ofensivo, desapareceu dos gramados, da terminologia do futebol e do imaginário dos técnicos.

Mas eles existem. Não são fantasmas nem fantasias de comentaristas românticos e saudosistas. Basta ligar a televisão e ver Xavi, Schweinsteiger e outros. Basta saber ver.

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