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Ney Franco quer mais categorias

SELEÇÃO
Coordenador da base aponta necessidade de padronizar treinamento com clubes

GUILHERME YOSHIDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A poucos meses da Olimpíada, Ney Franco sabe que ainda tem muito trabalho a fazer como coordenador das categorias de base da CBF e treinador da equipe sub-20 da seleção brasileira.

E, embora esteja otimista com a conquista da medalha de ouro em Londres, o técnico aponta que o projeto de reformulação no desenvolvimento de novos talentos do futebol brasileiro deva render frutos somente após 2014.

Em entrevista à Folha por telefone, Ney Franco afirmou que o Brasil ainda conta com muitas falhas conceituais e estruturais no processo de detecção e treinamento das jovens promessas.

E uma das primeiras grandes modificações que quer implantar é a criação de novas categorias de base na seleção. Atualmente, o futebol nacional é dividido em sub-15, sub-17 e sub-20. Para Ney Franco, há um intervalo muito grande entre as equipes.

"Isso obriga atletas de muitas faixas etárias a participarem de uma mesma etapa de desenvolvimento. E isso é ruim", disse o coordenador.

Em alguns países da Europa, como a Espanha, a diferenciação das categorias de base já é feita de ano a ano (sub-15, sub-16, e assim por diante até a sub-21).

"Eu acho que devemos modificar, principalmente, a categoria juvenil. Dois anos é muito tempo. Mas esse assunto já está na pauta de um congresso que teremos com os clubes em abril e, posteriormente, com a CBF", afirmou.

Na semana passada, Ney Franco conseguiu um dos seus principais objetivos neste processo de mudança: a contratação efetiva de Marquinhos Santos e Emerson Ávila como treinadores das equipes sub-15 e sub-17.

Mas, para continuar com o projeto, Ney Franco disse que ainda precisa estabelecer uma relação mais próxima entre os clubes e a seleção.

Para ele, ainda é necessário haver uma padronização nos métodos de treinamento para que o Brasil avance no trabalho de formação.

"Vai facilitar muito se tivermos os clubes como parceiros. Esse é o primeiro passo para organizar as nossas categorias de base. Precisamos criar a nossa própria nomenclatura no futebol", apontou.

"Além disso, o nosso grande desafio é mudar a cultura dos jovens, que têm colocado os seus interesses à frente do time. Às vezes, os jogadores não fazem a melhor jogada pois querem se tornar os heróis do jogo. Precisamos desenvolver uma geração mais consciente."

Apesar dos problemas, o treinador e coordenador da seleção disse acreditar que o Brasil terá um bom desempenho na Olimpíada de Londres e está confiante na conquista da medalha de ouro.

Ney Franco esclarece que não ficou chateado por passar o comando da equipe que vai a Londres ao técnico Mano Menezes, mesmo depois de ter conquistado os títulos do Sul-Americano e do Mundial da categoria.

"Desde que recebi o convite, isso já foi determinado. Mesmo assim, irei a Londres para ajudar o Mano. Temos uma geração de até 22 anos com um grande potencial ofensivo", declarou.

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