Tite e Scolari são os mais longevos em seus cargos

O último clássico da fase de classificação do Campeonato Paulista opõe os dois técnicos mais longevos do Brasil em times grandes.

Luiz Felipe Scolari no Palmeiras e Tite no Corinthians estão em seus cargos desde o segundo semestre de 2010.

Mas não sem sobressaltos. Em vários momentos, os dois treinadores gaúchos estiveram perto do divórcio com seus empregadores.

Tite esteve próximo de sair do Corinthians mesmo após ter sido campeão brasileiro em 2011. Gilmar Veloz, agente do treinador, pediu um aumento para seu cliente, que foi considerado exagero pela diretoria.

O então presidente corintiano, Andres Sanchez, chegou a declarar: "Eu não vou pagar R$ 800 mil por mês para treinador nenhum".

Tite então interrompeu suas férias nos EUA, tocou ele mesmo as negociações e fechou por metade do que Andres havia alardeado.

A troca de presidente também fortaleceu Tite no Corinthians. Mario Gobbi mantém distância maior do futebol da que tinha Andres, seu antecessor. Tite teve autonomia para recomendar a saída de Adriano do clube.

Depois de um ano e meio de brigas com diretores, jogadores, conselheiros e parte da torcida, Scolari também navega em águas tranquilas no Palmeiras.

A contratação de César Sampaio como gerente de futebol tirou das costas de Scolari várias atribuições que eram foco de desgaste com a diretoria. A saída de atletas como Kleber e Lincoln também aliviou o ambiente, relatam jogadores.

Questionado anteontem sobre as semelhanças entre os times e seus técnicos, Tite tratou de se esquivar.

"A origem é a mesma, mas a escola é diferente. Gosto bastante do Ênio Andrade, e Felipe, do Carlos Froner", disse o corintiano.

Froner, no caso, foi treinador do então boleiro Scolari. Ex-militar, tinha estilo de jogo mais duro. Ênio Andrade, pelo que Tite já afirmou outrora, prefere um jogo de passes curtos e manutenção da posse de bola.

Antes amigos, Tite e Scolari se distanciaram -mas se cumprimentaram no último jogo, no ano passado.