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Fora de foco

Horas após batalha na zona norte que deixou um morto, Pacaembu testa caro sistema de segurança

DE SÃO PAULO

Enquanto um torcedor era internado em estado gravíssimo, após confronto entre palmeirenses e corintianos na zona norte de São Paulo, a federação paulista e o Ministério do Esporte lançavam com pompa um sistema de monitoramento por biometria facial no Pacaembu.

O palmeirense morreu mais tarde no hospital.

Ao custo médio de R$ 100 mil por jogo, três empresas testaram ontem, pela quarta vez -agora com apresentação para jornalistas-, um projeto de segurança composto por câmeras potentes, que podem filmar com nitidez o rosto dos torcedores, assim como o comportamento de todos nas arquibancadas.

Ao longo do clássico, as câmeras registraram princípio de confusão nas duas torcidas, em momentos diferentes, prontamente neutralizado pela polícia. Nada que se compare ao que havia acontecido fora do estádio.

Horas antes, na zona norte de São Paulo, cerca de 300 torcedores de Corinthians e Palmeiras entraram em conflito. Dois foram baleados, um deles morreu mais tarde.

No Pacaembu, em uma sala especial, era apresentado o sistema moderno de câmeras. Os resultados dos testes serão avaliados hoje em reunião na federação paulista.

A ideia é, com o Ministério do Esporte, implantar as câmeras nas principais arenas do país, inclusive as 12 que vão receber os jogos da Copa.

No lançamento do sistema de segurança, estavam presentes o coronel Marcos Marinho, chefe de arbitragem e de segurança da federação paulista, e o promotor Paulo Castilho, membro da Secretaria Nacional de Futebol do Ministério do Esporte.

Ambos foram questionados pela Folha sobre a violência fora dos estádios, onde há recorrentes brigas que resultam em mortes, como a que ocorreu na zona norte.

A morte do palmeirense ocorreu horas após o jogo. Há anos as autoridades verificam que a violência raramente está dentro das arenas.

"Aqui [estádio], é tranquilo. Melhorou, sim. Mas, se parar, a violência volta", disse Marinho. "É uma forma de quebrar o anonimato, de acabar com a impunidade. Lá fora se faz um trabalho de inteligência e, aqui dentro, de impedir a entrada no estádio e prender", completou.

"O sujeito que brigou longe do estádio vai tentar entrar no estádio. E será identificado", disse Castilho. Segundo ele, o projeto, se aprovado, será apresentado formalmente ao governo federal.

"Talvez haja uma parceria entre o governo federal e as federações. As 12 arenas da Copa têm que ter isso."

(LUCAS REIS E MARCEL RIZZO)

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