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Rodrigo Bueno

Baresi = Silva

Beque brasileiro se aproxima do lendário líbero do Milan até sendo desfalque contra o Barcelona de Messi

BARESI foi durante muito tempo símbolo de excelência quando o assunto era zagueiro. Mais de uma geração reverenciou o líbero italiano que comandava a melhor defesa da história do Milan. No Brasil, nos anos 90, começaram a "clonar" (trolar) Gelsons Baresis, Sérgios Baresis etc. Era como quando colocavam apelido de Pelé em quase todo novo artilheiro promissor.

Veio então a final da Champions League de 1994, pouco antes da Copa dos EUA. Na Europa e no Brasil (e na já visionária Folha da época), a decisão entre o Dream Team do Barcelona e o competitivo Milan foi tratada como "jogo do século". Porém a chance de o time italiano desbancar o favorito e vistoso Barça era Baresi. E o cara estava suspenso, assim como seu parceiro de zaga Costacurta. O que fazer diante de Romário, o melhor do mundo naquele 1994?

O esforçado Tassotti (hoje assistente técnico do Milan) foi o capitão do time naquela final épica em Atenas. Panucci, outro defensor mais útil do que craque, teve que se desdobrar e fazer a atuação da vida diante de Stoichkov. O búlgaro, parceiro ideal de Romário, impressionava tanto que Massaro, autor de dois gols naquele dia, pediu a camisa para ele com reverência após a partida. Foi um baile do time de Fabio Capello (que deu força a Albertini e outros até a final da Copa, semanas depois, contra o imparável Romário) e uma surpresa: 4 a 0, sem Baresi.

Sem guardar devida proporção nenhuma, o mata-mata entre Barça e Milan agora é ainda mais desafiador para o clube italiano. Este Barcelona é melhor que aquele, este Messi está mais goleador que aquele Romário, este Milan tem mais limitações que o anterior, este Thiago Silva fresquinho é mais fundamental hoje para o Milan do que era aquele Baresi já veterano. E o beque brasileiro, contundido, está fora de seu maior desafio, estes pegas contra Barça e Messi.

Se há quem duvide de que Thiago Silva é atualmente o melhor zagueiro do mundo, talvez este duelo servisse como prova final, teste de fogo. Se o Milan surpreender novamente o time catalão e avançar, o mérito maior será agora, talvez, de Massimiliano Allegri, até por triunfar sem o defensor brasileiro. Os sempre comentados encontros entre Ibrahimovic e Piqué não se aproximam em temperatura do que seria hoje um Messi x Thiago Silva. Este sim seria o combate do momento.

Ao contrário dos Gelsons e dos Sérgios, os discutíveis zagueiros brasileiros de outrora, Thiago tem nome próprio e sobrenome: não é Baresi, é Monstro.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

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