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Lado B

Rebaixado para 3ª divisão do Paulista, segundo time do Palmeiras gasta sem revelar

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O Palmeiras B nasceu como um grande projeto. Uma espécie de incubadora que ajudaria os jogadores na transição das categorias de base para o futebol profissional e os entregaria prontos para atuarem no time principal.

Mas, aos 12 anos de idade, a segunda equipe do clube paulistano não cumpre sua missão: só gera custos e discussões sobre sua existência.

O time acaba de ser rebaixado para a terceira divisão do Campeonato Paulista. Anteontem, foi goleado por 4 a 0 pelo São Bernardo e terminou a Série A-2 na 17ª colocação entre os 20 participantes.

E o pior, pelo menos em termos de planejamento: não deve colocar nos próximos meses nenhum atleta no elenco de Luiz Felipe Scolari.

Essa é a sina que tem se repetido ano após ano desde que a ideia saiu do papel, pelas mãos do ex-presidente Mustafá Contursi, em 2000.

É possível contar nos dedos o número de jogadores que passaram pelo Palmeiras B e depois tiveram algum destaque na equipe principal.

A lista não vai muito além de Vagner Love, Ilsinho e dos goleiros Diego Cavalieri e Deola, único titular da formação atual com história no time B.

No elenco todo, são oito jogadores que estiveram na segunda equipe. Mas só três atuam na linha: os reservas Wellington, Patrik e Vinícius.

Em comparação com os outros grandes de São Paulo, o Palmeiras é o que possui menos crias das categorias menores no profissional.

O time B virou um grande depositário de atletas que já estouraram a idade para disputar competições para jovens, mas que continuam com contrato com o clube.

Na A-2 deste ano, o Palmeiras inscreveu 24 jogadores nascidos antes de 1992, ou seja, que não podem mais atuar em nenhum time de base.

"Jogador com 22 ou 23 anos que ainda não estourou vai, no máximo, conseguir disputar a Série C ou a Série D", critica Wlademir Pescarmona, membro do antigo conselho gestor que ameaçou fechar a segunda equipe em 2010.

Segundo o ex-dirigente, o projeto é ineficiente, custa caro (R$ 800 mil por mês, na época, valor não muito diferente do atual) e só não foi encerrado porque seu grupo fez um governo transitório, de menos de três meses, durante licença do então presidente, Luiz Gonzaga Belluzzo.

O atual mandatário, Arnaldo Tirone, que não admite, mas, segundo dirigentes do clube, já defendeu o fim do time B, diz que o projeto está seguro e irá estudar formas de melhorar o rendimento.

O vice de futebol, Roberto Frizzo, crê que o rebaixamento pode até ser benéfico. "Na Série A-2, os clubes montam times para subir e investem mais. Agora, vamos enfrentar equipes mais parecidas com a nossa", afirmou.

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