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Laboratório da USP quer aval olímpico

DOPING
Universidade conta com americano, carrasco de Maradona, para obter o credenciamento de agência mundial

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC

De olho na Copa e na Rio-16, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP iniciou trabalho de capacitação para que seu laboratório receba certificação da Wada, a agência mundial antidoping.

"O momento é oportuno, a universidade dá suporte, pode fornecer a expertise", argumenta Maurício Yonamine, 41, professor da faculdade e diretor do laboratório de análise de toxicologia da universidade paulistana.

Se conseguir o credenciamento da Wada, o laboratório da USP será o segundo no Brasil. O Ladetec, reconhecido pela agência, fica no Rio.

Critérios técnicos da Wada impedem que um país tenha dois laboratórios credenciados com frequência.

É o caso de Alemanha (Colônia e Dresden), Espanha (Barcelona e Madri), e EUA (Salt Lake e Los Angeles).

Quem está desde o começo da semana na capital paulistana e vistoriou as dependências da USP é o norte-americano Don Catley, professor emérito da UCLA (Universidade da Califórnia) e diretor do primeiro laboratório antidoping do mundo.

Catlin notabilizou-se por outros motivos. Foi seu laboratório, em Los Angeles, que detectou o doping de Maradona durante a Copa-94.

Foi Catlin também que desenvolveu o exame antidoping para o esteróide THG, o mesmo que a velocista americana Marion Jones admitiu ter utilizado em Sydney-2000, no qual ganhou três ouros.

Catlin conheceu o laboratório e ontem reuniu-se com a direção da faculdade.

"O processo de credenciamento leva, em média, três anos. Mas para que o da USP esteja pronto a servir a partir da Copa de 2014, o objetivo é tentar encurtar o processo para um máximo de dois anos", diz o médico brasileiro Bernardino Santi, membro da Wada, que também acompanha a iniciativa paulista.

Se for verificado que o laboratório preenche os requisitos necessários para se candidatar, Catlin orientará os brasileiros com o processo burocrático junto à agência. A partir daí, depende da Wada aceitar o laboratório da USP como candidato oficial.

A fase seguinte seria a aquisição de equipamentos, treinamento de pessoal e verificação dos procedimentos.Só depois de todos esses passos viria o credenciamento.

Até em relação à amarração jurídica do projeto existe acompanhamento. O advogado Heraldo Panhoca, especialista em desportos, está atuando na iniciativa da USP.

Um ponto em aberto na discussão é o financiamento. Autoridades paulistas teriam de mostrar boa vontade. "Não sei se somos candidatos ou pleiteantes. Mas é um bom começo estarmos amparados por uma autoridade de renome internacional como Catlin", argumenta Yonamine.

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